terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Música Instrumental


A partir desta terça-feira, 29, Goiânia pode conferir o melhor da bossa nova. O trio formado por Nonato Mendes, baixista, Paulo Amazonas, violonista e Paulinho Batera, baterista, se apresentarão no Spaço Ville. No repertório, incluirão ritmos como samba e jazz.
Durante o projeto, outros músicos instrumentistas farão participações especiais. O saxofonista Fausto Noleto será o convidado de hoje.

Não percam!!
Toda terça-feira a partir das 21:00h no Spaço Ville - Rua 208 Nº 550, Vila Nova.
Couvert à R$8,00

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Meu nome não é Johnny

O cinema brasileiro mostra qualidade mais uma vez. Selton Mello representa, e muito bem, um jovem de classe média que conviveu com pai e mãe na infância, estudou nos melhores colégios da zona sul do Rio de Janeiro e se envolveu com drogas na adolescência. Ele iniciou como muitos, no começo resistem, mas, influenciados por certas amizades à pelo menos experimentar, acabam cedendo e entrando de vez para um mundo que nem sempre tem volta.

Essa é a intenção do filme, mostrar que pessoas de boa índole podem ser inconseqüentes e passar por situações que as levem a querer mudar seu estilo de vida. Sendo que, muitas não conseguem enxergar uma segunda chance e pensam que alí é o fim.

Baseado em história real, o jovem João Guilherme Estrella é carismático, sociável e bem-humorado. Não tinha pretensões em se tornar um milionário, gostava de fazer festa para os amigos, os quais eram consumidores assíduos de cocaína. João Estrella se tornou, então, o maior traficante de drogas na década de 1990.

Um filme que gera intensas discussões ao analisarmos o porquê de João se entregar num mundo alucinógeno da juventude. Será porque sua mãe abandou a família ao descobrir o marido doente e sem interesse em se tratar? Será porque seu pai permitiu as festas em casa? Será porque ele gostava mesmo de aventuras, principalmente com os amigos? Será porque muitos se calam, inclusive autoridades, diante de algo ilegal?

Penso que todos os jovens deveriam assistir ao filme, é uma ótima oportunidade para reconhecermos o valor da vida e, principalmente, da liberdade. As cenas da prisão e do manicômio é uma realidade que muitos desconhecem. E não só o pobre ou negro pode parar lá, mas sim, todos aqueles que vivem no mundo do crime.

O diretor Mauro Lima, a produtora Mariza Leão, o fotógrafo Uli Burtin e toda a equipe estão de parabéns. Lindas as fotos de Barcelona e Veneza e uma ótima trilha sonora. Parabéns também aos atores Selton Mello, Cléo Pires e Cássia Kiss.

Deixo aqui um pensamento citado pela juíza que julgou o caso do jovem João Guilherme para que possamos refletir:

“O verdadeiro lugar de nascimento é aquele em que lançamos pela primeira vez um olhar inteligente sobre nós mesmos (...)” Marguerite Yourcenar

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

"Escrevemus"

Coração
Grande órgão propulsor
Distribuidor do sangue venoso e arterial
Coração
Não és sentimental
Mas entretanto dizem
Que és o cofre da paixão

E por falar em paixão...

Eu deixo aqui essa canção
Que diz de amor e de paixão
Me faz lembrar, querer você
Sorrir pra vida com emoção
E levo a dizer
Que só por você
Eu vivo assim na solidão

E por falar em solidão...

Solidão, palavra
Cavada no coração
Resignado e mudo
No compasso da desilusão...

E por falar em compasso...

É o que pulsa o meu sangue quente
É o que faz meu animal ser gente
É o meu compasso mais civilizado e controlado

E por falar em civilizado...

Era uma vez um cara do interior
Que vida boa "Minas Gerais"
Rádio notícia de terra civilizada
Entram no ar da passarada
E adeus paz
Agora é vencer na vida

E por falar em vida....

Vida, minha vida
Olha o que é que eu fiz
Toquei na ferida
Nos nervos, nos fios
Nos olhos dos homens
De olhos sombrios
Mas, vida, ali
Eu sei que fui feliz

E por falar em feliz...

Agora é com vocês, continuem!

O bar é legal



A Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), dentro da missão de representar e desenvolver o setor de alimentação fora do lar, vem tentando diminuir a violência nas ruas de forma que, com os bares abertos, criminosos se sintam inibidos para agir. A campanha Bar em Bar propõe à sociedade mais segurança ao transitar pelas ruas.

Com apoio da
AmBev (Companhia de Bebidas das Américas), as empresas vêm fazendo, de certa forma, a sua parte. Agora cabe a nós colaborarmos, principalmente na quantidade da ingestão de bebibas alcoólicas, pois os bares querem mais é vender seus produtos, quem tem que saber a hora de parar de beber somos nós mesmos, evitando até a violência no trânsito.

Às autoridades cabe também garantir nossa segurança mostrando-se presentes nos locais para impedir, talvez, que vidas sejam atacadas por aqueles indivíduos que já chegam ao local atirando em suas vítimas e também em inocentes.

O bar é legal, desde que todos façam a sua parte!

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

A Música Popular Brasileira e a MPB

“Não tem mar, vamos pro bar”. Essa expressão cabe muito bem aos goianos, pois a cada esquina encontramos um bar, muitos deles com música ao vivo. O banner, na entrada do bar, já anuncia o nome do cantor ou banda e seus estilos.

Em mais uma noite boemia estava eu sentada em um bar, e, ao som de Vinicius de Moraes, Caetano Veloso, Chico Buarque, Marisa Monte, Lenine comecei a pensar no sentido de MPB. Será que, hoje, ela existe?

Recorri ao dicionário para certificar-me do sentido real da palavra “popular”. No dicionário Aurélio do século XXI significa: Do, ou próprio do povo; Feito para o povo; Agradável ao povo; Democrático; Vulgar, trivial, ordinário; plebeu.

Se fizermos uma análise das quatro últimas palavras podemos até dizer que a Música Popular Brasileira se tornou de má qualidade. Isso mesmo, as músicas que o povo está ouvindo hoje se tornaram populares no sentido de mexerem apenas com o corpo e também com o coração dos apaixonados. Mas uma análise mais profunda ainda nos levaria a crer que a culpa pode ser da indústria cultural, constituinte de uma sociedade consumidora de produtos expostos na mídia ficando, assim, mais difícil de distinguir o sentido de MPB.

Na verdade, esse gênero musical surgiu logo após a Bossa Nova (1950-1960) misturando a tendência tropicalista, que mesmo muito criticada no início, depois foi vista também com objetivos sociais e políticos, o ritmo da Bossa e o principal, expressões políticas clamando por justiça social, como mostra a canção de Geraldo Vandré
Pra não dizer que não falei das flores. Aí sim, voltamos ao sentido inicial da palavra “popular”. Naquela época, o povo se unia e usava letras de músicas para expressar o desejo de democracia. Consideravam a classe média, como participante ativa nas manifestações organizadas por indivíduos, principalmente estudantes, em busca de direitos, igualdade e liberdade de expressão.

Agora podemos dizer também que a Ditadura Militar (1964-1985) mudou a cara da MPB. O Ato Inconstitucional Nº 5 (1968), regido por Artur da Costa e Silva, presidente da época, censurou músicas, teatro e cinema. Toda forma de protesto foi abolida com violência. Até conversas nas ruas era motivo de desconfiança por parte dos militares.

Depois disso tudo, as redes de televisão tentaram trazer de volta as canções através dos festivais envolvendo grandes nomes, como Edu Lobo, Baden Powel, Gonzaguinha, Paulinho Tapajós, resgatando ainda nomes que já eram sucesso, como Caetano, Chico, Gilberto Gil.

Hoje, são poucas as canções que falam de política. A maioria do povo foi contaminado pela indústria cultural e não se define mais as classes sociais por seus estilos musicais (isso poderia ser bom). Mas ainda resta uma classe (não definida por status) que sabe apreciar e fazer a MPB, não a Música Popular Brasileira dos últimos tempos que insiste em tomar conta da sociedade, porém necessitando de grandes estudos para uma melhor definição sobre seu gênero, mas a MPB de anos atrás que além de melodias, arranjos, harmonias bem elaborados, muitas vinham com letras expressivas, capazes de transmitir a realidade do mundo e propor mudanças.