quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

A Música Popular Brasileira e a MPB

“Não tem mar, vamos pro bar”. Essa expressão cabe muito bem aos goianos, pois a cada esquina encontramos um bar, muitos deles com música ao vivo. O banner, na entrada do bar, já anuncia o nome do cantor ou banda e seus estilos.

Em mais uma noite boemia estava eu sentada em um bar, e, ao som de Vinicius de Moraes, Caetano Veloso, Chico Buarque, Marisa Monte, Lenine comecei a pensar no sentido de MPB. Será que, hoje, ela existe?

Recorri ao dicionário para certificar-me do sentido real da palavra “popular”. No dicionário Aurélio do século XXI significa: Do, ou próprio do povo; Feito para o povo; Agradável ao povo; Democrático; Vulgar, trivial, ordinário; plebeu.

Se fizermos uma análise das quatro últimas palavras podemos até dizer que a Música Popular Brasileira se tornou de má qualidade. Isso mesmo, as músicas que o povo está ouvindo hoje se tornaram populares no sentido de mexerem apenas com o corpo e também com o coração dos apaixonados. Mas uma análise mais profunda ainda nos levaria a crer que a culpa pode ser da indústria cultural, constituinte de uma sociedade consumidora de produtos expostos na mídia ficando, assim, mais difícil de distinguir o sentido de MPB.

Na verdade, esse gênero musical surgiu logo após a Bossa Nova (1950-1960) misturando a tendência tropicalista, que mesmo muito criticada no início, depois foi vista também com objetivos sociais e políticos, o ritmo da Bossa e o principal, expressões políticas clamando por justiça social, como mostra a canção de Geraldo Vandré
Pra não dizer que não falei das flores. Aí sim, voltamos ao sentido inicial da palavra “popular”. Naquela época, o povo se unia e usava letras de músicas para expressar o desejo de democracia. Consideravam a classe média, como participante ativa nas manifestações organizadas por indivíduos, principalmente estudantes, em busca de direitos, igualdade e liberdade de expressão.

Agora podemos dizer também que a Ditadura Militar (1964-1985) mudou a cara da MPB. O Ato Inconstitucional Nº 5 (1968), regido por Artur da Costa e Silva, presidente da época, censurou músicas, teatro e cinema. Toda forma de protesto foi abolida com violência. Até conversas nas ruas era motivo de desconfiança por parte dos militares.

Depois disso tudo, as redes de televisão tentaram trazer de volta as canções através dos festivais envolvendo grandes nomes, como Edu Lobo, Baden Powel, Gonzaguinha, Paulinho Tapajós, resgatando ainda nomes que já eram sucesso, como Caetano, Chico, Gilberto Gil.

Hoje, são poucas as canções que falam de política. A maioria do povo foi contaminado pela indústria cultural e não se define mais as classes sociais por seus estilos musicais (isso poderia ser bom). Mas ainda resta uma classe (não definida por status) que sabe apreciar e fazer a MPB, não a Música Popular Brasileira dos últimos tempos que insiste em tomar conta da sociedade, porém necessitando de grandes estudos para uma melhor definição sobre seu gênero, mas a MPB de anos atrás que além de melodias, arranjos, harmonias bem elaborados, muitas vinham com letras expressivas, capazes de transmitir a realidade do mundo e propor mudanças.

Um comentário:

Anônimo disse...

parabens pelo blog...
Na musica country VIRGINIA DE MAURO a LULLY de BETO CARRERO vem fazendo o maior sucesso com seu CD MUNDO ENCANTADO em homenagem ao Parque Temático em PENHA/SC. Asssistam no YOUTUBE sessão TRAPINHASTUBE, musicas como: CAVALEIRO DA VITÓRIA, MEU PADRINHO BETO CARRERO, ENTRE OUTRAS...
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