terça-feira, 27 de novembro de 2007

Cotidiano Infeliz

“Todo dia ela faz tudo sempre igual...” Começo assim, mas neste momento não venho com mais uma bela letra de música e sim, falar desse nosso cotidiano de abrir os jornais todos os dias e nos deparar com situações chocantes.

Triste pensar que Paris não é só a cidade do amor, é também a cidade em que jovens colocam fogo em carros, casas e comércios e enfrentam policiais em busca de justiça.

Deprimente ir assistir a um jogo do seu time de coração e não voltar mais para casa ou ainda, ver alguém que se ama despencando de uma arquibancada.

Não é mais sobre-humano uma pessoa matar a outra e jogar o corpo em um lata de lixo ou continuar ateando fogo em quem não tem nem onde dormir.

Informações nos são jogadas a todo o momento, e, se hoje engravidamos, é de total consciência. Não é justo gerar um filho para jogá-lo no lixo ou abandoná-lo em um canto qualquer.

Situações como essas e outras piores, presentes em nosso dia-a-dia e em qualquer lugar do mundo, nos deixam espantados ao pensar para onde estamos caminhando. Temos que agradecer cada dia vivido, pois você pode levar um tiro ao passear pela rua. Se não sair de casa, pode ser surpreendido por bandidos ou mesmo ser refém de seus próprios familiares numa crise causada por uma confusão mental diante das agressões de ordens físicas, psíquicas e outras enfrentadas diariamente.

Talvez seja falta de Deus, mas de nada adianta invocá-lo em vão. Talvez seja falta de paz e amor, mas de nada adianta sair pelas ruas fazendo gestos com os dedos e contribuir para a violência, seja ela moral ou física. Talvez se fossemos poetas tivéssemos mais ternura, pois eles sabem da tristeza do mundo e só morrem por amor, como já dizia Mário Quintana:

“Nunca ninguém sabe se estou louco para rir ou para chorar
Por isso o meu verso tem esse quase imperceptível tremor...
A vida é louca, o mundo é triste:
vale a pena matar-se por isso?
Nem por ninguém!
Só se deve morrer de puro amor!”

E olhe lá, pois hoje em dia já não se sabe o que é o amor.

Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua do anjos
Sem amor, eu nada seria...
É só o amor, é só o amor
Que conhece o que é verdade
O amor é bom, não quer o mal
Não sente inveja
Ou se envaidece...
O amor é o fogo
Que arde sem se ver
É ferida que dói
E não se sente
É um contentamento descontente
É dor que desatina sem doer...
Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor, eu nada seria...
É um não querer
Mais que bem querer
É solitário andar
Por entre a gente
É um não contentar-se
De contente
É cuidar que se ganha
Em se perder...
É um estar-se preso
Por vontade
É servir a quem vence o vencedor
É um ter com quem nos mata a lealdade
Tão contrário a si
É o mesmo amor...
Estou acordado
E todos dormem, todos dormem
Todos dormem
Agora vejo em parte
Mas então veremos face a face
É só o amor, é só o amor
Que conhece o que é verdade...
Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua do anjos
Sem amor, eu nada seria...


Monte Castelo
Legião Urbana
Composição: Renato Russo (recortes do Apóstolo Paulo e de Camões).

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

GOIÂNIA ROCK

Bandas de vários lugares do mundo se apresentarão no Centro Cultural Oscar Niemeyer de 23 a 25 de novembro, é o 13º Goiânia Noise Festival.

O encontro dos sons metálicos vem tornando Goiânia o palco do rock independente. Desde 1995 a Monstro Discos vem revelando talentos e nos prestigiando com bandas locais, nacionais e internacionais de renome. Um evento que visa divulgar e promover a produção independente atraindo a cada ano um grande número de público.

A edição 2007 promete animar os roqueiros de plantão ao som de bandas como The DTs (EUA), Perrosky (Chile), Pato Fu (MG), Violins (GO), Cordel do Fogo Encantado (PE). Ao todo, são 41 bandas em três dias de apresentação.

Confira toda a programação e a história do
Goiânia Noise Festival.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Música e Poesia

Oh, musa do meu fado
Oh, minha mãe gentil
Te deixo consternado
No primeiro abril
Mas não sê tão ingrata
Não esquece quem te amou
E em tua densa mata
Se perdeu e se encontrou
Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal
Ainda vai tornar-se um imenso Portugal

"Sabe, no fundo eu sou um sentimental
Todos nós herdamos no sangue lusitano uma boa dosagem de lirismo ( além da sífilis, é claro)

Mesmo quando as minhas mãos estão ocupadas em torturar, esganar, trucidar
Meu coração fecha os olhos e sinceramente chora..."

Com avencas na caatinga
Alecrins no canavial
Licores na moringa
Um vinho tropical
E a linda mulata
Com rendas do alentejo
De quem numa bravata
Arrebata um beijo
Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal
Ainda vai tornar-se um imenso Portugal

"Meu coração tem um sereno jeito
E as minhas mãos o golpe duro e presto
De tal maneira que, depois de feito
Desencontrado, eu mesmo me contesto
Se trago as mãos distantes do meu peito
É que há distância entre intenção e gesto
E se o meu coração nas mãos estreito
Me assombra a súbita impressão de incesto
Quando me encontro no calor da luta
Ostento a aguda empunhadora à proa
Mas meu peito se desabotoa
E se a sentença se anuncia bruta
Mais que depressa a mão cega executa
Pois que senão o coração perdoa"

Guitarras e sanfonas

Jasmins, coqueiros, fontes
Sardinhas, mandioca
Num suave azulejo
E o rio Amazonas
Que corre trás-os-montes
E numa pororoca
Deságua no Tejo
Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal
Ainda vai tornar-se um império colonial
Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal
Ainda vai tornar-se um império colonial.


Fado Tropical
Composição: Chico Buarque / Ruy Guerra

sábado, 17 de novembro de 2007

Grande Hotel Revive o Choro

Não sei se conseguirei descrever minha emoção ao me sentar em plena Avenida Goiás em horário de pico. Estive presente na última sexta-feira, 16, para assistir à apresentação do projeto Grande Hotel Revive o Choro, de realização da Secretaria de Cultura da Prefeitura de Goiânia. Só quem já esteve lá sabe do que estou falando.

Sentada, comecei a viajar na apresentação da Banda Musical de Goiânia e depois, ao som do bandolim, flauta, clarineta, pandeiro e violão. Cada expressão dos ali presentes me arrepiava. Impressionante a felicidade do público, que por sinal, de variada faixa etária. Os anciãos, parecendo que estavam recordando um tempo em que foram felizes, talvez continuem sendo hoje, ou não. Os mais novos, apreciavam a habilidade dos músicos, também de variada faixa etária. Até eu senti saudades de um tempo que não vivi. Alguns caíram na dança, nem eu resisti. Outros apenas apreciavam ou mexiam alguma parte do corpo.

Cada olhar tinha um brilho diferente. A felicidade estava ali, nos aplausos, nos risos, no descer gelado de um chope boca adentro ou mesmo num churrasquinho desses vendidos nas ruas, mais conhecidos como de carne de gato. Um senhor, já bem de idade, me chamou a atenção pela forma com que observava as pessoas. Enxerguei em seu sorriso todo o seu passado boêmio sendo vivido naquela noite de primavera em que ele talvez nem esperasse estar vivo.

Felicíssima a idéia de trazer o Choro de volta, ainda mais para a calçada do Grande Hotel, hoje considerado patrimônio nacional. Segundo a coordenadora, Marley Costa Leite, aproximadamente mil pessoas comparecem àquele local para saudar esse evento mais que especial.

O projeto Grande Hotel Revive o Choro acontece todas às sextas-feiras a partir das 18:30 h. É uma ótima oportunidade para sentarmos em plena avenida que, normalmente, é bem movimentada por veículos ou mesmo passantes apressados e ainda desfrutarmos da boa música brasileira.

Sintam-se Convidados!!!

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Música Popular Brasileira

Felizes os músicos da década de 1965 a 1985 que conseguiam lotar palcos em que aconteciam os Festivais da Música Popular Brasileira. Felizes também o público, que podia ouvir canções que exploravam letras com manifestações estéticas de nossa cultura, manifestações sociais, além de afáveis melodias.
Diversas emissoras de televisão brasileira promoviam festivais em que havia total interação entre artista e platéia, consagrando qualidade tanto dos músicos quanto das canções.
Não se pode mais classificar a música como sendo nova, pois a cada dia, em cada canto do Brasil, surge um novo ritmo, uma nova cadência. O que se pode é classificar a música como sendo de qualidade, que nos levam a reflexões e enriquecimento cultural.
Hoje, não se vê mais festivais como antigamente. Por que as emissoras não produzem mais festivais que divulguem talentos que não conseguem mídia?


Deixo aí uma questão a ser discutida. Quem sabe alguém tenha a fórmula.


segunda-feira, 12 de novembro de 2007

SHOW DE CHICO CÉSAR

O paraibano Chico César levou a platéia ao delírio no último dia 11, em show realizado no Teatro Rio Vermelho. O músico esbanjou simpatia e carisma em sua primeira apresentação em Goiânia. Com quase duas horas de show, o público terminou em frente ao palco cantando um de seus maiores sucessos, Mama África. Acompanhado do Quinteto da Paraíba, encantou a todos com a canção Pensar em Você.
A abertura ficou por conta do músico goiano Pádua, que também não deixou por menos. Foi aplaudido de pé e ainda recebeu elogios de Chico César.

Só tenho a dizer que quem não foi, perdeu!!!



sexta-feira, 9 de novembro de 2007

TRIBUTO AOS BEATLES

Well, if your hands start a-clappin' And your fingers start a-poppin' And your feet start a-movin' around And if you start to swing and sway When the band starts to play A real cool way out sound And if you get to can't help it and you can't sit down You feel like you gotta move around...”

A Shot of Rhythm and Blues
The Beatles



Isso mesmo, ao som das Bandas Liver Pool Band e Abluesados ninguém fica parado.
Roqueiros, não percam esse encontro!
Dia 14/11/2007 a partir das 22:00h no Recanto dos Ipês (antigo Caverna)
Rua Montes Claros, Chácara 20 Vila Alto da Glória.

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

FESTCINE GOIÂNIA - DE 07 A 14 DE NOVEMBRO

Os cinéfilos de plantão fiquem atentos à programação do 3º FestCine Goiânia.
Pelo terceiro ano consecutivo vamos poder acompanhar a desenvoltura de produtores brasileiros, tanto experientes quanto amadores. Será no Cine Goiânia Ouro do dia 07 a 14 de novembro de 2007.
O evento tem apoio da Prefeitura Municipal de Goiânia, por meio da Secretaria Municipal de cultura e vem ganhando força a cada ano, desenvolvendo qualidade no cinema brasileiro, inclusive goiano.
Vamos lá, pessoal! Vamos incentivar nossos produtores, atores e toda a equipe do mundo cinematográfico.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Chico César e Pádua dia 11/11/07 no Rio Vermelho

Hoje venho convidar a todos vocês para o show de Chico Cézar e Quinteto da Paraíba, dentro do projeto MPB PETROBRAS.
Dia 11 de novembro de 2007 (domingo) às 20:00h no Teatro Rio Vermelho.
A abertura será do cantor e compositor goiano Pádua.
Não percam!! São só R$14,00 inteira e R$7,00 meia entrada.


Graças a projetos como este, temos assistido a ótimos shows por um preço que não pesa pra ninguém. Este projeto é de realização do Caderno 2 Produções Artísticas e tem como patrocinador a Petrobrás, através da Lei Rouanet de Incentivo à Cultura, que ainda revertem a renda para o Programa Petrobrás Fome Zero.
Considero a iniciativa uma ótima oportunidade de valorização para os músicos de nossa terrinha, os quais fazem as aberturas dos shows.
Goiânia já prestigiou o músico João Bosco, abertura de Walter Carvalho e Leila Pinheiro, com abertura de Fernando Perillo.
O mínimo que podemos fazer é não deixar de participar, pois estamos carentes de cultura!

Vamos gente, expressem aqui seus desejos de ver Goiânia cheia de projetos como este. O que seria preciso fazer? Quem é o culpado da carência cultural de nossa cidade? Há solução?
Sua opinião é muito importante!

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Só tenho tempo pra ser feliz

Para estrear e finalizar com chave de ouro o dia de hoje, uma maravilhosa canção de Toquinho. Preste bastante atenção na letra, que ela lhe dê asas para a felicidade em qualquer situação que você se encontre.

Ah! Tô gostando do meu novo brinquedinho... Beijos a todos!!!
"Me desculpem, amigos,
Não tenho tempo a perder.
Vivo e deixo quem quiser viver.
Viver é correr perigo,
A vida está por um triz.
Tenho tempo só pra ser feliz.
Vi formosos mundos por aí,
Vi luares prateando o mar.
Mas quando se está contente
Qualquer cantinho da gente
É o melhor lugar que há.
Quem souber olhar em torno e ver
Com os olhos sábios de aprendiz,
Vai estar de bem com a vida,
Vai achar uma saída,
Vai um dia ser feliz".

Paris, Je t'aime

Gente, quem não assistiu ao filme "Paris, te amo", assista!!!

São 18 mostras, com cinco minutos cada, de cineastas do cenário cinematográfico contemporâneo, inclusive dos brasileiros Walter Salles e Daniela Thomas.
É impressionante como conseguem falar de amor em suas diferentes formas, envolvendo encontros, desencontros, idealizações e desejos em histórias de comédia, drama, romance. Um cenário com gente branca, negra, jovens, idosos, homossexuais envolvidos no mesmo tema.
Paris, a cidade do amor. Vale a pena assistir.

Tropa de Elite

Me conte alguém que assistiu ao filme Tropa de Elite e não tem nenhum comentário a fazer?! Pois bem, eis aqui o meu.
A fina flor na multidão

Tropa de elite foi um dos filmes mais esperados no cinema dos últimos tempos. Além de fenômeno em bilheteria, é também um fenômeno cultural, simplesmente porque nos leva a vários questionamentos e reflexões, despertando diversas reações no público. O diretor José Padilha conseguiu nos mostrar um conflito entre a vida pública e a privada através do personagem de Wagner Moura, o capitão Nascimento do filme. Ele se tornou um herói na visão de muitas pessoas, pois além de honesto no combate ao tráfico, ele matava, torturava, prendia, mas tinha um lado amoroso, que era o familiar. Sua mulher estava preste a dar à luz e ele pretendia deixar o BOP (Batalhão de Operações Policiais Especiais), pelo qual se consagrou a vida toda, para se dedicar ao lar e, principalmente, por estar cansado de lutar contra o crime num país com tamanha enfermidade moral, onde se morre um honesto e nascem três corruptos.

Tarefa difícil para o capitão foi encontrar alguém que pudesse substituí-lo. É onde entram em cena dois amigos de infância, Neto (Caio Junqueira) e André Matias (André Ramiro) que sonhavam em entrar para a vida militar. Os dois também se viram diante de uma situação diferente do que a mídia consegue mostrar, em que criminosos se aliam a policiais e quem vai mais além, acontece como o caso do jornalista Tim Lopes.

Um conflito maior entre a sociedade é o fato de que assim como dentro do BOP existem as elites da tropa, mesmo que seja minoria, na favela também há. Uns gostaram de ver o tratamento dado aos traficantes, outros já consideram exagero. E o que não é mostrado no filme, o que acontece com os policiais corruptos? O que acontece com os filhos de classe média, alta que também contribuem para o tráfico?

Quem gostou muito do filme também foi a banda Tihuana, que tem como tema do filme a música “Tropa de Elite”, do título “Ilegal”, 2000, baseada no livro escrito por André Batista, Rodrigo Pimentel e Luiz Eduardo Soares. Além de ter aumentado o número de shows, já comemoram disco de ouro, com mais de 100 mil cds vendidos.

O filme foi gravado em 1997, ano em o Papa João Paulo II faria uma visita ao Rio de Janeiro e o Batalhão de Operações Policiais Especiais seria o responsável por sua segurança.

Poesia (ou projeto de poesia)


Para começar, vamos brincar um pouquinho com a arte da escrita


Além de existir

Em meu coração está o desejo de viver
O galho seca mas meu coração banha a terra seca
O anseio pelo prazer alcança a mente
E assim vou vivendo
Brincando, cantando, chorando, vivendo.
Um dia meu coração há de padecer
Meu corpo não encontrará mais suporte
Minha mente continuará vivendo
Mas agora em oditnes oirártnoc