quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Leônidas Arruda, eternamente

Os dias vão passando, e o mundo sem você
Palavras vêm e vão, perdendo-se pelo caminho
Em busca de suas mãos para organizá-las
O papel se perde com o vento, pois já não tem mais seu grafite a marcá-lo
As rimas tentam se encontrar entres alegrias e tristezas
Porque você não está, mas já as fizeram muito perfeitas
A ausência se torna assustadora diante de um mundo sem suas histórias
É um mundo sem garra, sem luta por justiça, sem doçura
Em papéis coloridos ainda vejo uma bonita imagem
Ouço o som da sua risada e vejo seu olhar profundo
Olhar que não tem medo de nada, pois parecia já ter enfrentado tudo
Parecia não haver cansaço no físico marcado pelas lutas
Tudo acabou para os que acreditam que acabou
Mas nessa estrada, você estará sempre presente
Marcando com palavras, gestos que terra nenhuma consumirá
Uma corrente de ensinamentos que se estende sem saber quando parar
Sempre será o gigante de nome pujante e voz firme
Lenda viva e constante que ninguém esquecerá
Leônidas Arruda, pra sempre será!





Monólogo com Drummond (1973)

Drummond,
nem precisa abrires a boca para me falares
falando.
Basta ler teus versos para conversares comigo
como quem no tempo fala com todo mundo.

Tuas palavras gritam, saltam, inundam, inauguram,
transcendem, transferem-se para o nosso mundo,
cresce em nosso ser,
explodem em nossos sentidos
e vão pelo tempo e vão pelo ar e vão por aí...

Drummond,
como sabes expressar tudo o que por dentro sentimos:
“zunzim de mil zonzons zoando...”
Tudo o que tememos:
“A bomba não admite que ninguém se dê ao luxo
de morrer de câncer”.
Tudo o que desejamos:
“Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas”.
E mais: chegas ao ponto de dizer o indizível
como “a polpa deliciosíssima do nada”.

Também, pudera, és “Fazendeiro do Ar”,
criador de palavras, criador de poesia
e tens uma “Viola de Bolso”.

Quantas vezes nos identificamos em “Nosso Tempo”:
eu também tenho “Uma Pedra no Meio do Caminho”,
eu também sinto a “Falta que Ama”,
minhalma também está no “Brejo das Almas”,
no “Sentimento do Mundo”,
na “Rosa do Povo”

Foi contigo que aprendi a “Lição de Coisas”,
mas infelizmente, não tenho o “Claro Enigma”,
tampouco, a “Vida Passada a Limpo”.
Porque sou um “Menino Antigo”
e carrego todas as “Impurezas do Branco”.

Mas, também sou “José e Outros”
e quando me perguntam: E agora curumim?
Sinto apenas o “Boitempo” mugindo reminiscência,
remoendo lembranças,
pastando numa idade verde e distante.

Por tudo isso, Drummond,
sinto que me encontro quando encontro contigo
e sento à mesa e sirvo-me de “Alguma Poesia”.



Leônidas Arruda (23/02/1942 - 09/12/2008)





sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Goiânia Canto de Ouro - 2ª edição

O Projeto Canto de Ouro inicia sua segunda edição em janeiro e segue até o mês de março com quase 80 músicos passando pelo palco do Centro Municipal de Cultura Goiânia Ouro. Serão três apresentações dos mesmos artistas, que acontecem às quintas, sextas e sábados sempre às 21 horas.
O projeto que tem parceria do secretário municipal de cultura, Kleber Adorno e Carlos Brandão, com direção musical de Luiz Chaffin, tem como objetivo reunir os maiores nomes da música feita em Goiás. São cantores e instrumentistas unidos em prol do fortalecimento da cultura local.
Um evento que dá oportunidade aos nossos artistas, que atualmente encontram dificuldades em apresentar seus trabalhos, e também proporcionar ao público momentos agradáveis, em que uma boa música alegra o corpo e também a alma.
O Centro Municipal de Cultura Goiânia Ouro ainda tem espaço reservado para a comercialização dos CDs e DVDs dos músicos, que ganham apoio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura para gravação dos mesmos.



Confira a programação:

Janeiro


Dias: 15, 16 e 17
Horário: 21h

TomChris
Anderson (Mr. Gyn)
Bel Maia
Grace Venturini

Dias: 22, 23 e 24
Horário: 21h

Juraíldes da Cruz
Taís Guerino
Darwinson
Fernanda Guedes

Dias: 29, 30 e 31
Horário: 21h

Maria Eugênia
Fé Menina
Francisco Aafa
Lucas Faria


Fevereiro

Dias: 5, 6 e 7
Horário: 21h

Fernando Perillo
Cláudia Vieira
Larissa Moura
Tonzêra

Dias: 12, 13 e 14
Horário: 21h
Gustavo Veiga
Maíra
Nilton Rabello
Deuler

Dias: 26, 27 e 28
Horário: 21h

Débora di Sá
Laércio Correntina
Du Oliveira
Valter Mustafé


Março

Dias: 5, 6 e 7
Horário: 21h

João Caetano
Grupo Essência
Pádua
Adalto Bento Leal

Dias: 12, 13 e 14
Horário: 21h

Gilberto Correia
Cristiane Perné
Domá da Conceição
Fausto Noleto

Dias:19, 20 e 21
Horário: 21h

Ton Só
José Teles
Diego de Moraes
Octávio Scapin
Fernando Simplista

Dias: 26,27 e 28
Horário: 21h

César Canedo
Quinteto Harmoniza
Sabah Moraes
Luiz Augusto
Amauri Garcia



Idealização do projeto: Secretário Municipal da Cultura Kleber Adorno
Produção: Carlos Brandão e equipe do Goiânia Ouro.
Direção musical: Luiz Chaffin

Projeto: Goiânia Canto de Ouro (segunda edição)

Local: Centro Municipal de Cultura Goiânia OuroEndereço: Rua 3 esquina da Rua 9, Centro (antigo Cine Ouro, ao lado da Pizzaria Cento e Dez)
Horário dos shows: 21h
Ingressos: R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia)
Telefones para informações: 3524-2540/2541/2542 ou 9977-0378 (Carlos Brandão)

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Espelho, espelho meu

O espelho é um objeto do qual não sei viver sem
Minha cara é sua cara dia após dia
Dia gosto do que vejo, dia não
Me vejo clara, amarela, escura, vermelha, pálida,
Vejo uma casca se encanecendo a cada amanhecer
Sei reconhecer cada linha, cada traço, cada expressão
Mas essa visão externa esconde uma escuridão íntima
Escuridão que esconde de mim mesmo meus medos e anseios
Escuridão que não me deixa enxergar quem sou, ou como sou
Espelho que cega minha visão para o vulcão que sempre acorda dentro de mim
Vulcão de lavas febris que queima o espaço mais improvável de se alcançar
Lavas que se esfriam sem quês e porquês
E depois nem sei para onde vão
Nem sei se adormecem junto ao meu eu interior
Para depois acordar e por pra fora meus atos mais insanos
Camuflados na figura do espelho que meus olhos conseguem enxergar
Atos que meus olhos enxergam ao serem banhados por sal
Que minhas mãos acolhem desesperadamente
Mãos que nem sempre conseguem agir pelo impulso vulcanizado
Mãos que se abrem e se fecham num controle nem sempre absoluto
Casca paralítica em frente ao espelho
Arranhando minhas mãos inocentes
Mãos que tapam os ouvidos para o som que revira meu âmago
Espelho, espelho meu...
Deixe meus olhos enxergarem minh’alma
Deixe que eu perceba quem sou
Sem esconder os possíveis vales floridos
Sem perder o crepúsculo de minha face
Por vezes torpe, por vezes singela
Espelho que reflete o mundo
Permita que eu reflita sobre mim
Não me desvende a covardia de meus olhos
Olhos que minudencia o exterior
Mas me cegam para a alma

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Luiz Augusto, Marcos Antônio e banda Kabiotó no Projeto Palco

O Projeto Palco traz em mais uma edição grandes nomes da música goiana. Luiz Augusto, Marcos Antônio e banda Kabiotó se apresentam nesta quinta-feira, dia 27, na praça Universitária às 20 horas.

O Palco é uma realização da Associação dos Cantores e Compositores do Estado de Goiás (ASCCOM) e apoio institucional da Prefeitura Municipal de Goiânia – Lei Municipal de Incentivo à Cultura - e também do Pontão de Cultura República do Cerrado visa sempre abrir espaço aos músicos locais, proporcionando cultura à sociedade.




LUIZ AUGUSTO
Cantor e compositor que surgiu no cenário musical na década de 80, integrando o grupo Arrumação, que se destacou no Projeto Pixinguinha ao lado de Valter Mustafé. Participou de festivais em São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Goiás e outros estados juntamente com outros compositores goianos. Em 86 lançou o primeiro trabalho em LP, juntamente com Lucas Faria, Amauri Garcia e Valter Mustafé, onde despontaram as composições Pantanalto (Luiz Augusto e Valter Mustafé) e Aragem (Lucas Faria e Juraíldes da Cruz). Em 88 lançou com Amauri Garcia o LP "Gosto de Sol" que abriu as portas das emissoras de rádio, para um trabalho que já vinha respaldado em Shows e apresentações, destacando as músicas Mentira Morena e Pé de Flor com uma boa execução em várias emissoras de rádio. Luiz Augusto é um compositor que não se prende a estilos, com raízes interioranas e rotina urbana, mistura ambos num resultado que ao escutar a Banda EVOEH você poderá concluir melhor.


MARCOS ANTÔNIO
O cantor, compositor e instrumentista goiano Marcos Antônio é bastante conhecido nas noites goianienses e em todo o interior de Goiás e Tocantins. Começou a cantar aos 10 anos de idade no extinto programa da TV Anhanguera "O Mundo é das Crianças" apresentado pela saudosa Magda Santos na década de 70. No seu percurso profissional passou por diversas bandas de baile até chegar a carreira solo em 1985, quando começou a participar de diversos festivais em Goiás e em outros estados. Lançou seu primeiro disco em 96, um CD de título "Quero Ter Você Pra Mim". Em 2000 lançou seu segundo CD, "Além de Tudo". Marcos Antônio já cantou ao lado de vários nomes da MPB como: José Augusto, Gilberto Gil, SPC, Paulo Miklos e Benito Di Paula. Atualmente, além da carreira solo, também tem um trabalho com a banda "Magia do Toque", onde é líder e vocalista.


KABIOTÓ
Formado em setembro de 2006 pelos ex-integrantes do trio simplista e o bloco da madeira, Júnio Lamarca e Gusttavo Barros, o quinteto Kabiotó apresenta seu repertório do show intitulado “Politizado?”; a primeira parte da trilogia que o grupo lançou em CD. O show reúne doze músicas que tratam de assuntos como religião, política e cultura, vistas sob uma ótica mais crítica. A poesia urbana aqui é cantarolada sob um timbre rural, ou rústico e a música produzida com instrumentos que lembram o Brasil interiorano, a terra pelo asfalto. Kabiotó é formado por Júnio Lamarca (Voz, Viola e Violão), Gusttavo Barros (Voz, Percussão) e David Mamédio (Baixolão , Voz) . O som é bastante influenciado pelo Folclore Brasileiro. A poesia cantada no cerrado goiano. Os tambores tocados no sertão nordestino. Os arranjos festejados nas rodas dos pampas gaúchos e a harmonia improvisada no piche do asfalto das capitais. Um pouco de Brasil da estrada de chão visto pela periferia urbana. Nas letras: Geraldo Vandré, Zé Ramalho, Belchior, Fagner, Cordel, Quinteto Violado, Raul Seixas,... Nas músicas: Alceu Valença, Lenine, Zeca Baleiro, Luiz Gonzaga, Caetano Veloso, João Bosco. Num todo: Kabiotó!




MAIORES INFORMAÇÕES:
Coordenação do PROJETO PALCO - Telefones: (62) 3255-7642 / 9971-7192 / 9973-2584
E-mail:
asccom@terra.com.br

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

14º Goiânia Noise Festival

A 14º edição do Goiânia Noise Festival acontece do dia 21, sexta-feira, até domingo, 23, de novembro no Centro Cultural Oscar Niemeyer, a partir das 18:10 horas na sexta e sábado, e às 17:10 horas no domingo.
Entre os artistas convidados estão Marcelo Camelo (RJ), ex-Los Hermanos, Vaselines (Escócia), Black Lips (USA) e Frank Jorge (RS).

Desde setembro, o ex-Los Hermanos apresenta o show baseado em seu primeiro disco-solo. Nos palcos, ele se apresenta ao lado da banda paulista Hurtmold, um dos grupos mais conceituados do país, e do trompetista norte-americano Rob Mazurek. Além dele, a primeira noite conta ainda com os americanos do Black Lips, um dos grandes destaques internacionais deste ano, a clássica banda escocesa Vaselines e o gaúcho Frank Jorge, que lança seu novo disco solo.


Os ingressos podem ser adquiridos nas lojas Novo Mundo do Goiânia e Flamboyant Shopping, Ambiente Skate Shop, Tribo, Hocus Pocus e Monstro Discos.




Confira a Programação: (Atenção: o horário dos shows está do fim para o início)

SEXTA FEIRA 21/11

01:20 Marcelo Camelo (RJ) palco Monstro
00:40 Black Lips (USA) palco TramaVirtual
00:00 Vaselines (Escócia) palco Monstro
23:30 Lucy And The Popsonics (DF) palco TramaVirtual
23:00 Frank Jorge (RS) palco Monstro
22:30 Motherfish (GO) palco TramaVirtual
22:00 Canastra (RJ) palco Monstro
21:30 Continental Combo (SP) palco TramaVirtual
21:00 Calumet-Hecla (USA) palco Monstro
20:30 The Backbiters (GO) palco TramaVirtual
20:00 Mickey Junkies (SP) palco Monstro
19:30 Holger (São Paulo) palco TramaVirtual
19:00 Diego de Moraes e o Sindicato (GO) palco Monstro
18:40 Demosonic (GO) palco TramaVirtual
18:10 Gloom (GO) palco TramaVirtual

SÁBADO 22/11
01:20 Instituto (SP) palco Monstro
00:40 The Flaming Sideburns (Finlandia) palco TramaVirtual
00:00 Black Mountain (Canada) palco Monstro
23:30 Black Mekon (Inglaterra) palco TramaVirtual
23:00 Cabruêra (PB) palco Monstro
22:30 MQN (GO) palco TramaVirtual
22:00 The Dead Rocks (SP) palco Monstro
21:30 Gangrena Gasosa (RJ) palco TramaVirtual
21:00 Os Ambervisions (SC) palco Monstro
20:30 Black Drawing Chalks (GO) palco TramaVirtual
20:00 Guizado (SP) palco Monstro
19:30 Amp (PE) palco TramaVirtual
19:00 Mugo (GO) palco Monstro
18:40 Mersault e Maquina de Escrever (GO) palco TramaVirtual
18:10 Cicuta (GO) palco TramaVirtual


DOMINGO 23/11
00:20 Helmet (USA) palco Monstro
23:20 Inocentes (SP) palco Monstro
22:40 Periferia SA (SP) palco TramaVirtual
22:00 Claustrofobia (SP) palco Monstro
21:30 The Tormentos (ARG) palco TramaVirtual
21:00 Loop B (SP) palco Monstro
20:30 Mechanics (GO) palco TramaVirtual
20:00 The Ganjas (Chile) palco Monstro
19:30 Bang Bang Babies (GO) palco TramaVirtual
19:00 Motek (Bélgica) palco Monstro
18:30 Hillbilly Rawhide (PR) palco TramaVirtual
18:00 Heaven's Guardian (GO) palco Monstro
17:40 Goldfish Memories (GO) palco TramaVirtual
17:10 Figado Killer (GO) palco TramaVirtual

sábado, 8 de novembro de 2008

Chicas



O Quarteto Fantástico da Música



O grupo Chicas é formado por quatro amigas que
descobriram afinidades também na música. Isadora Medella, Paula Leal, e as irmãs Fernanda Gonzaga e Amora Pêra vêm encantando o público por onde passam com a mistura de ritmos e combinação de instrumentos.


Jovens artistas com a intenção de levar, através de interpretações e canções próprias, mensagens de amor, paz e alegria, provando que o velho (que na verdade nunca fica velho) e o novo podem se misturar sem perder a qualidade. Um passeio musical pelo samba, baião, pop e até rap dando à música popular características tão brasileiras assim como o nome escolhido para o grupo. Violão, zabumba, violino, flauta, triângulo, pandeiro e vários outros instrumentos se juntam entre vozes graves e agudas formando um som que prende a atenção tanto pelo ritmo como pela presença de palco das meninas, que tocam, cantam e encantam.

O fato de terem iniciado a carreira no teatro contribuiu para que elas adquirissem uma identidade única. Tudo começou em 1996 com a peça Fullanas, quando ganharam o prêmio RioArte de melhor produção musical, com uma canção composta por Paula Leal. Depois disso fizeram algumas apresentações e logo resolveram dar um tempo, afastando-se. Mas quando a paixão pela música fala mais alto não adianta fugir. Elas se reencontraram em 2003 no palco do Garden Hall, Rio de Janeiro, para vencerem o Festival Aroma do Campo de Música Brasileira, concorrendo com outras 2 720 bandas.

Quando a musicalidade está no sangue também não tem como fugir do destino de contribuir com a música de melhor qualidade. É o caso de Fernanda Gonzaga e Amora Pêra, que são filhas do inesquecível Gonzaguinha, netas do Rei do Baião, Luiz Gonzaga.

O grupo vem se apresentando não só no Rio, mas em outras cidades, conquistando sempre um grande número de público, que não resistem em levar o barulho delas para casa. O CD Quem Vai Comprar Nosso Barulho, lançado em 2008, traz canções de Gonzaguinha, como Geraldinos e Arquibaldos, Volte para o seu lar, de Arnaldo Antunes, Paciência, de Lenine e Ter que esperar, de Paula Leal.

E quem ganha com isso somos nós! Um barulho que vem agradando aos ouvidos e olhos de quem tem a oportunidade de assistir às Chicas.





domingo, 2 de novembro de 2008

Os extremos

O amor

Bastou você chegar para me completar
Eu que caminhava perdida, sem saber onde parar
Eu que sempre gostei de voar, me sentia um pássaro com asa ferida
Não conseguia saciar a minha fome, mesmo alimentando-me
Não conseguia sorrir, mesmo gargalhando
Era uma rosa sempre a despetalar
Bastou sua luz brilhar sobre mim para que eu ganhasse força
Seu sorriso me deixa mais leve nesse mundo tão pesado
Suas mãos me prendem ao seu corpo da maneira mais firme e delicada
Seus olhos me fazem acreditar no impossível
Seu beijo aquece o ar despertando desejos inexplicáveis
Bastou você me olhar para que eu não desejasse mais nada além de você
Bastou você sorrir para que eu me enchesse de esperança
Bastou você me tocar para que eu tivesse certeza que encontrei meu porto
Sua voz calma me deixa serena, aliviando-me das tensões
Sua cor alegra os meus olhos e aguça, sem extensão, o meu instinto
Você que foi guardado para mim
Nem imaginava que eu estava preparada para você
Quero ser somente sua sem precisar explicar para entender
No seu jeito simples me perder e me encontrar
Sermos crianças e velhos, e nunca mais nos sentir só
Subir e descer pelo o que a vida oferecer sem largar as mãos
Não quero saber se o tempo existe, pois agora é o meu tempo
Vou seguir colorida, cantando pelos caminhos mais floridos
Sentindo o cheiro que vem de você
O sabor que tem nós dois juntos
E, simplesmente, viver o bem que você me faz.




O desamor

Hoje corro pela estrada sem coragem de parar
Sinto dentro de mim uma força gritando por socorro
Tudo me dói, me pesa, me afunda
Não sei que sentimento é esse que nos deixa de pé
Mas sei que hoje me desfaleço lentamente
A lágrima secou por fora, mas por dentro me afogo
O silêncio se torna um caos ao meu redor
Sei que existe um infinito, mas bem longe de mim
Agora sou eu, perdida numa imensidão
Peito ferido, que não cicatriza
Já não sei mais diferenciar calor de frio
Tudo é pequeno e sem sentido
A não ser a dor dentro de mim que se dilata
Dane-se tudo e me deixe explodir ao meu jeito
Deixa meu silêncio calar a dor que sinto
A hora passar despercebida sem diferenciar noite de dia
Enquanto meu peito se petrifica
Qualquer melodia que se executa passa despercebida
Sem força, caminho pela estrada escura e sombria
Dor. Ah, dor!...
Queria eu ter a covardia para tirar-me o ar
Ou então, perder a memória e sentimentos
Viver por viver, sem amar, sem sofrer.

sábado, 18 de outubro de 2008

Sobre Saudade

Um dia perguntei a um amigo o que a gente costuma fazer quando estamos com saudades de alguém. Ele, então, me respondeu que não seria a melhor pessoa para me ajudar, pois sofre muito desse mal chamado saudade.

Lembrei-me de uma música de Tom Jobim e Newton Mendonça que diz "Quando existe alguém que tem saudade de alguém, e este outro alguém não entender...". Sendo assim, pensei que seria melhor, então, eu cortar o "mal" pela raiz. Mas horas depois, percebi que a saudade é uma praga, se alastra pelo corpo e todos os sentidos.

Um sentimento tão curioso, que apesar dos pesares também nos alegra, pois traz lembranças boas de momentos que vivemos ou pessoas que conhecemos.
A saudade é nostalgia, mas não é um mal. Pois se fosse mal, ninguém queria sentir saudade. E será que sentimos saudades por que queremos? Uma coisa eu sei! A gente sente saudade do que foi bom, o que não foi não dizemos que estamos com saudades. Mas, por que então dizemos e ouvimos dizer que estamos "morrendo de saudades"? Então a saudade mata? Então ela é um mal?!...

O músico Peninha diz em sua canção Sonhos, que saudade até que é bom, é melhor que caminhar sozinho. O que seria de nós, então, se a saudade não existisse? Digamos que a saudade seja um órgão dentro de nós que consegue carregar todos os momentos bons, todas as pessoas que gostamos e não temos por perto, todos os lugares pelo qual passamos e todas as emoções vividas.

Talvez seja essa a resposta... A saudade é um órgão, e portanto pode adoecer. Se for diagnosticado uma saudade devemos tratar, mas, para cada um o diagnóstico é diferente. Em alguns pode doer mais que em outros. Ela pode manter-se num quadro instável, pode ser curada, mas também pode matar, principalmente se não for tratada.

Cada pessoa encara sua dor de forma diferente. Já vi gente perdendo o controle, gente disfarçando como se não estivesse sentindo nada e gente que sabe conviver com essa dor. Mas, o fato é que, como a saudade é uma praga, você pode até curá-la, mas ela vai voltar, se não for por um motivo será por outro.

Lembrei-me até de um episódio que me ocorreu certa vez na adolescência, quando eu tinha um namorado. Não sei por que, mas gosto de escrever a palavra saudade, gosto dos contornos que a caneta faz. Eu estava querendo terminar esse namoro. Mas, não tinha motivos maiores, simplesmente não gostava mais dele. Certo dia, minha mãe pegou um papel do meu caderno que estava escrito muitas vezes a palavra saudade, e, claro já veio logo questionando de quem eu estava com saudades. Vai eu tentar explicar para uma mulher conservadora que não tinha nada a ver a saudade alí.

Mas depois disso, percebi que dizer que estava com saudades de alguém poderia ser frustrante, talvez. Hoje, acho que sou do tipo que não declaro saudade para qualquer pessoa. Continuo gostando da palavra saudade, e percebo que sei controlar-me bem, gostando até de senti-la, talvez mais do que acabar com ela.

Quem inventou a tristeza, poderia até, com fineza, desinventá-la. Mas, quem inventou a saudade talvez não soubesse o que ela pode causar.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Enxergando através da cegueira a latrina que o Mundo é

Super feliz a idéia do diretor brasileiro Fernando Meirelles e do roteirista canadense Don Mckellar, com o filme Ensaio sobre a Cegueira. O longa é uma adaptação ao romance do escritor português José Saramago. Mas, aqui não vou comparar livro e filme, até porque os dois têm seus prestígios. O livro rico em detalhes, e o filme imagens. E é exatamente isso que propõe o diretor, "sua visão do mundo nunca mais será a mesma".

Aqui vou tentar expressar minha visão diante de um filme que conta sobre uma cegueira contagiosa, que ficou conhecida como cegueira branca, se alastrando por uma cidade onde, até então, todos viviam uma vida "normal". Família, trabalho, casa, e, claro, o caos do cotidiano nos dias atuais na vida de cada ser humano, enquanto sua existência. A história já se inicia mostrando que o simples fato de você parar num semáforo e enxergar as cores verde, amarelo e vermelho pode se tornar uma das coisas mais desejáveis na vida de uma pessoa. De repente tudo muda. Já imagino que nascer cego é uma coisa, mas ficar cego depois é outra bem pior. Percebi isso quando um dos personagens já era cego. Ele parecia não sofrer quanto os outros, que se contagiaram com a doença. E, não considero o filme uma ofensa aos cegos, como criticou o presidente Marc Maurer da Associação de Cegos dos EUA, conforme publicado em um site, que considera "ofensivo e assustador, podendo minar os esforços de integrar os cegos à vida em comunidade". Não penso que seria essa a intenção do autor, mas de mostrar o mundo em que vivemos e muitas vezes tapamos os olhos para uma realidade cruel, inclusive diante de posturas das autoridades quando uma determinada situação se torna calamidade. E ainda, o fato de não valorizarmos certas coisas, como a vida que levamos e a saúde que temos.

Num determinado momento, homens, mulheres e até criança com diferentes classes sociais, raças, etnias, se encontram numa situação idêntica, desesperadora, que é perder um sentido tão importante quanto qualquer outro, a visão. E agora? Como será a vida diante de tantas impossibilidades? Como será viver em quarentena, que são os locais onde pessoas com doenças contagiosas ficam para se isolar de demais contatos físicos?
E o filme se passa ali. Num lugar abandonado pelo descaso de autoridades, sujo, cheio de lixo, em que cada um tenta manter seus princípios e conceitos. Mas, não uma imundície apenas pelo lixo, e sim, pela arrogância, falta de escrúpulos, egoísmo, vaidade, soberba, e muitos outros conceitos que os indivíduos criam e adquirem, muitas vezes até para se defender ou ao serem atraídos por diversas situações que o mundo impõe.

São cenas fortes, em que apenas uma mulher que não fica cega, mas talvez preferisse ter ficado também, há de optar pela frieza para poder suportar um lugar daquele. Separados por alas, nem mesmo a cegueira muda alguns comportamentos, mas para outros o efeito é certo. Você se submeter a sexo em troca de comida com uma pessoa que além de não conhecer, não está vendo. Ter que ignorar que alguma pessoa morreu, lutar pela sua própria sobrevivência, e, se for preciso, matar alguém. Todos esses comportamentos se tornam mais dolorosos por serem apenas sentidos pelo coração.

Ao conseguirem se libertar daquele lugar que alguém, desesperado, ateia fogo, eles só podem ouvir o silêncio da cidade e imaginar a ruína de uma sociedade. Não há carros funcionando, não há pessoas trabalhando, somente pessoas em busca da sobrevivência e, mesmo assim, com egoísmo e desamor. Outra cena marcante, que demonstra o quanto ainda somos primitivos, é a disputa por alimento. Até o cachorro, que é considerado o melhor amigo do homem, é traído pela sua penúria ao devorar um corpo humano. E assim se desfaz a idéia de civilização, pois a humanidade se perde por conta de coisas que a visão pode trazer, se esquecendo de sentimentos como amor, compaixão, lealdade, cumplicidade, respeito.

Talvez a luz branca seja isso, dizer que ainda há uma esperança. E a única mulher que enxerga conseguir despertar o desejo de que é possível se viver em harmonia. De que é possível dividir o pão, de sentir prazer nas coisas simples do dia a dia. E não apenas sentir a chuva caindo sobre a pele, mas enxergar a beleza das gotas caindo do céu lavando nossos olhos de impurezas, e humidificando as almas para não nos cegar de vez.








segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Projeto Palco 2008

O Projeto Palco inicia sua temporada 2008 no dia 30 de outubro às 20 horas na Praça Universitária. Os músicos Laércio Correntina, Valter Mustafé e as bandas Packto e Zilios serão as primeiras atrações do evento que se estende até novembro desse mesmo ano, totalizando, no mínimo, 14 apresentações de muitos outros artistas.
O principal objetivo do projeto é dar oportunidade e espaço para que os músicos goianos possam mostrar seu trabalho. Por ser realizado em lugares alternativos, como praças públicas, também leva à população a participar da vida cultural da cidade.

O Palco é um projeto que já aconteceu por diversas vezes na década de 90, quando foi inicialmente promovido pela ACRIM (Associação dos Criadores de Música do Estado de Goiás) e depois pelo Sindicato dos Músicos de Goiás e o projeto sempre buscou levar a música popular brasileira em sua mais variadas vertentes, para as praças de Goiânia, para assim dar oportunidade e acesso ao público em geral e principalmente o mais carente e sem condições de freqüentar Casas de Shows, Teatros e outros. As últimas edições do Projeto aconteceram em 2005 e teve a participações de dezesseis músicos, dentre eles: Fernando Perillo, TomChris, Laércio Correntina, Darwinson, Bel Maia, Cláudia Vieira, Juraíldes da Cruz, Valter Mustafé, Luiz de Moraes, Lara e Anthony, TonZêra, Larissa Moura, Henrique, Fausto Noleto.Em 2007 participaram do Projeto Palco os seguites músicos: Amauri Garcia, Luiz Augusto, Gilberto Correia, Charles D´Artagnan, Banda Sr. Blan Chu, Moka Nascimento, Fernando (Simplista), Milla Tuli, Fábio Pessoa, Banda Fusion, Emídio Queiroz e Ton Só e a Parafernália.

Uma realização da ASCCOM – Associação dos Cantores e Compositores do Estado de Goiás, com apoio institucional da Prefeitura Municipal de Goiânia – Lei Municipal de Incentivo à Cultura. Apoio: Pontão de Cultura República do Cerrado.




LAÉRCIO CORRENTINA
Entre as muitas vozes competentes da música popular feita em Goiás, Laércio Correntina é uma delas. Laércio que começou sua carreira pra valer em 1982, soube esperar a hora da fruta madurar para lançar seu primeiro disco. Artista consciente faz assim: "aguarda a calda do doce ficar no ponto para sair vendendo o doce". O primeiro disco Break Tupiniquim saiu em 1992, dez anos depois de muito trabalho, estudo, pesquisa e muita, mas muita observação. O segundo trabalho fonográfico, o CD "Eu Canto", pode ser incluído sem sombra de dúvida, dentre os melhores discos independentes produzidos em Goiás em 2001. Com alguns arranjos de Toninho Horta e do próprio Laércio, o trabalho é esteticamente perfeito, indo por interpretações líricas, como a de Ouro de Tolo, de Raul Seixas, passando pelas inéditas Bússola e As Estações do Amor, até a satírica Carro de Polícia e a poética Eu Canto, que dá nome ao disco. Em 2006, Laércio Correntina lançou seu terceiro trabalho fonográfico, de nome Esteta.

VALTER MUSTAFÉ
O músico e compositor Valter Mustafé começou nos festivais por volta de 1976, participando de eventos musicais em Goiânia, interior de Goiás e posteriormente em outros estados do Brasil. Participou dos Programas "Som Brasil", "Empório Brasileiro" , "Empório Brasil", na Rede Globo, SBT e Bandeirantes, na época apresentados por Rolando Boldrin e Lima Duarte, programas veiculados em rede nacional. Tem cadeira cativa no Programa regional "Frutos da Terra" de Hamilton Carneiro, TV Anhanguera. Tem um trabalho de composição vasto e variado com os principais letristas e poetas goianos, indo do pop-rock, passando pela música instrumental e chegando ao regional. Tem parcerias com Carlos Brandão, Nars Chaul, Luiz Augusto, Gilson Cavalcante, Tagore Biran, Sebastião Pinheiro, Lucas Faria e outros. Já foi gravado por grandes cantores e intérpretes da MPB-GO: Fernando Perillo, Maíra, Gilberto Correia, Maria Eugênia, Luiz Augusto, Du Oliveira, entre outros. Trabalhou também com teatro, tendo musicado várias peças para o o Grupo Terra de teatro amador, a saber: três peças adultas, quatro infantis, onde também trabalhou como ator.
Trabalhos já gravados: 1982 - Compacto simples da Festa do Compositor Goiano; 1986 - Participa do LP "Todo Canto" de Lucas Faria; 1988 - Compacto Duplo "Nossos Dias"; 1995 - Participação no CD "Canta Cerrado" com a música Ponto de Fuga; 1999 - CD "Livre Cantar"; 2001 - CD "Anticomercial" e 2004 CD "Blues". Valter Mustafé está em fase de finalização do CD “Musidesencadeandoosom” que deve ser lançado no final de outubro.


Banda PACKTO
Formada no inicio de 2003 vem fazendo apresentações pelo Estado de Goiás, participando de festivais e de Projetos da Prefeitura Municipal de Goiânia, como o Tendas Culturais, o CEDUCA, dentre outros eventos. Em 2004 no Festival do SESI, último em que participou ficou em segundo lugar em interpretação e entre as oito melhores no item composição. Além de músicas próprias faz couvers de Rock, Pop e MPB, de cantores e bandas já consagrados. Em maio de 2005 participaram do quadro Jornal Hoje (TV Anhanguera – Globo), apresentando algumas de suas composições. No mês de março de 2006 concluíram a produção de seu primeiro CD profissional (Ilusão) produzido por Guilherme Bicalho que já produziu cantoras como Nila Branco e Valéria Costa. A banda se apresenta em vários shows no Estado de Goiás para divulgação de seu CD. Suas músicas de trabalho estão sendo executadas em várias rádios da capital e do interior. Atualmente a banda se dedica a um Projeto chamado a Voz do Rock onde são relembrados diversos clássicos do Rock Roll como: Pink Floyd, Eric Clapton, Led Zepellin, Iron Maidern, Dr Sin, onde foram apresentados em eventos como Tatto Rock Fest, Rock in Sopa e outros festivais da capital. Já esta em fase de composição as músicas do próximo disco, que promete ser mais maduro e pesado.

Banda ZILIOS
Projeto vinculado ao trabalho da cantora e compositora Moni-k, que por sua vez coloca em ação este trabalho que vem se desenvolvendo desde de 2006 nos estúdios de ensaio onde o trabalho da banda foi ganhando proporção devido a união das composições da cantora e os novos arranjos, que homogeneizou o trabalho que é constituído de energia, personalidade, letra e claro muito rock roll com influencias do metal, de Rauzito. A banda faz uma fusão, misturando som pesado, com letras que fala do cotidiano ao universo surreal, a banda está terminando o repertorio do CD que está previsto para o inicio de 2009.

Formação: Moni-k (vocal), José Carlos (baixo), Léo (guitarra), Danilo (bateria)