segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Espelho, espelho meu

O espelho é um objeto do qual não sei viver sem
Minha cara é sua cara dia após dia
Dia gosto do que vejo, dia não
Me vejo clara, amarela, escura, vermelha, pálida,
Vejo uma casca se encanecendo a cada amanhecer
Sei reconhecer cada linha, cada traço, cada expressão
Mas essa visão externa esconde uma escuridão íntima
Escuridão que esconde de mim mesmo meus medos e anseios
Escuridão que não me deixa enxergar quem sou, ou como sou
Espelho que cega minha visão para o vulcão que sempre acorda dentro de mim
Vulcão de lavas febris que queima o espaço mais improvável de se alcançar
Lavas que se esfriam sem quês e porquês
E depois nem sei para onde vão
Nem sei se adormecem junto ao meu eu interior
Para depois acordar e por pra fora meus atos mais insanos
Camuflados na figura do espelho que meus olhos conseguem enxergar
Atos que meus olhos enxergam ao serem banhados por sal
Que minhas mãos acolhem desesperadamente
Mãos que nem sempre conseguem agir pelo impulso vulcanizado
Mãos que se abrem e se fecham num controle nem sempre absoluto
Casca paralítica em frente ao espelho
Arranhando minhas mãos inocentes
Mãos que tapam os ouvidos para o som que revira meu âmago
Espelho, espelho meu...
Deixe meus olhos enxergarem minh’alma
Deixe que eu perceba quem sou
Sem esconder os possíveis vales floridos
Sem perder o crepúsculo de minha face
Por vezes torpe, por vezes singela
Espelho que reflete o mundo
Permita que eu reflita sobre mim
Não me desvende a covardia de meus olhos
Olhos que minudencia o exterior
Mas me cegam para a alma

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Luiz Augusto, Marcos Antônio e banda Kabiotó no Projeto Palco

O Projeto Palco traz em mais uma edição grandes nomes da música goiana. Luiz Augusto, Marcos Antônio e banda Kabiotó se apresentam nesta quinta-feira, dia 27, na praça Universitária às 20 horas.

O Palco é uma realização da Associação dos Cantores e Compositores do Estado de Goiás (ASCCOM) e apoio institucional da Prefeitura Municipal de Goiânia – Lei Municipal de Incentivo à Cultura - e também do Pontão de Cultura República do Cerrado visa sempre abrir espaço aos músicos locais, proporcionando cultura à sociedade.




LUIZ AUGUSTO
Cantor e compositor que surgiu no cenário musical na década de 80, integrando o grupo Arrumação, que se destacou no Projeto Pixinguinha ao lado de Valter Mustafé. Participou de festivais em São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Goiás e outros estados juntamente com outros compositores goianos. Em 86 lançou o primeiro trabalho em LP, juntamente com Lucas Faria, Amauri Garcia e Valter Mustafé, onde despontaram as composições Pantanalto (Luiz Augusto e Valter Mustafé) e Aragem (Lucas Faria e Juraíldes da Cruz). Em 88 lançou com Amauri Garcia o LP "Gosto de Sol" que abriu as portas das emissoras de rádio, para um trabalho que já vinha respaldado em Shows e apresentações, destacando as músicas Mentira Morena e Pé de Flor com uma boa execução em várias emissoras de rádio. Luiz Augusto é um compositor que não se prende a estilos, com raízes interioranas e rotina urbana, mistura ambos num resultado que ao escutar a Banda EVOEH você poderá concluir melhor.


MARCOS ANTÔNIO
O cantor, compositor e instrumentista goiano Marcos Antônio é bastante conhecido nas noites goianienses e em todo o interior de Goiás e Tocantins. Começou a cantar aos 10 anos de idade no extinto programa da TV Anhanguera "O Mundo é das Crianças" apresentado pela saudosa Magda Santos na década de 70. No seu percurso profissional passou por diversas bandas de baile até chegar a carreira solo em 1985, quando começou a participar de diversos festivais em Goiás e em outros estados. Lançou seu primeiro disco em 96, um CD de título "Quero Ter Você Pra Mim". Em 2000 lançou seu segundo CD, "Além de Tudo". Marcos Antônio já cantou ao lado de vários nomes da MPB como: José Augusto, Gilberto Gil, SPC, Paulo Miklos e Benito Di Paula. Atualmente, além da carreira solo, também tem um trabalho com a banda "Magia do Toque", onde é líder e vocalista.


KABIOTÓ
Formado em setembro de 2006 pelos ex-integrantes do trio simplista e o bloco da madeira, Júnio Lamarca e Gusttavo Barros, o quinteto Kabiotó apresenta seu repertório do show intitulado “Politizado?”; a primeira parte da trilogia que o grupo lançou em CD. O show reúne doze músicas que tratam de assuntos como religião, política e cultura, vistas sob uma ótica mais crítica. A poesia urbana aqui é cantarolada sob um timbre rural, ou rústico e a música produzida com instrumentos que lembram o Brasil interiorano, a terra pelo asfalto. Kabiotó é formado por Júnio Lamarca (Voz, Viola e Violão), Gusttavo Barros (Voz, Percussão) e David Mamédio (Baixolão , Voz) . O som é bastante influenciado pelo Folclore Brasileiro. A poesia cantada no cerrado goiano. Os tambores tocados no sertão nordestino. Os arranjos festejados nas rodas dos pampas gaúchos e a harmonia improvisada no piche do asfalto das capitais. Um pouco de Brasil da estrada de chão visto pela periferia urbana. Nas letras: Geraldo Vandré, Zé Ramalho, Belchior, Fagner, Cordel, Quinteto Violado, Raul Seixas,... Nas músicas: Alceu Valença, Lenine, Zeca Baleiro, Luiz Gonzaga, Caetano Veloso, João Bosco. Num todo: Kabiotó!




MAIORES INFORMAÇÕES:
Coordenação do PROJETO PALCO - Telefones: (62) 3255-7642 / 9971-7192 / 9973-2584
E-mail:
asccom@terra.com.br

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

14º Goiânia Noise Festival

A 14º edição do Goiânia Noise Festival acontece do dia 21, sexta-feira, até domingo, 23, de novembro no Centro Cultural Oscar Niemeyer, a partir das 18:10 horas na sexta e sábado, e às 17:10 horas no domingo.
Entre os artistas convidados estão Marcelo Camelo (RJ), ex-Los Hermanos, Vaselines (Escócia), Black Lips (USA) e Frank Jorge (RS).

Desde setembro, o ex-Los Hermanos apresenta o show baseado em seu primeiro disco-solo. Nos palcos, ele se apresenta ao lado da banda paulista Hurtmold, um dos grupos mais conceituados do país, e do trompetista norte-americano Rob Mazurek. Além dele, a primeira noite conta ainda com os americanos do Black Lips, um dos grandes destaques internacionais deste ano, a clássica banda escocesa Vaselines e o gaúcho Frank Jorge, que lança seu novo disco solo.


Os ingressos podem ser adquiridos nas lojas Novo Mundo do Goiânia e Flamboyant Shopping, Ambiente Skate Shop, Tribo, Hocus Pocus e Monstro Discos.




Confira a Programação: (Atenção: o horário dos shows está do fim para o início)

SEXTA FEIRA 21/11

01:20 Marcelo Camelo (RJ) palco Monstro
00:40 Black Lips (USA) palco TramaVirtual
00:00 Vaselines (Escócia) palco Monstro
23:30 Lucy And The Popsonics (DF) palco TramaVirtual
23:00 Frank Jorge (RS) palco Monstro
22:30 Motherfish (GO) palco TramaVirtual
22:00 Canastra (RJ) palco Monstro
21:30 Continental Combo (SP) palco TramaVirtual
21:00 Calumet-Hecla (USA) palco Monstro
20:30 The Backbiters (GO) palco TramaVirtual
20:00 Mickey Junkies (SP) palco Monstro
19:30 Holger (São Paulo) palco TramaVirtual
19:00 Diego de Moraes e o Sindicato (GO) palco Monstro
18:40 Demosonic (GO) palco TramaVirtual
18:10 Gloom (GO) palco TramaVirtual

SÁBADO 22/11
01:20 Instituto (SP) palco Monstro
00:40 The Flaming Sideburns (Finlandia) palco TramaVirtual
00:00 Black Mountain (Canada) palco Monstro
23:30 Black Mekon (Inglaterra) palco TramaVirtual
23:00 Cabruêra (PB) palco Monstro
22:30 MQN (GO) palco TramaVirtual
22:00 The Dead Rocks (SP) palco Monstro
21:30 Gangrena Gasosa (RJ) palco TramaVirtual
21:00 Os Ambervisions (SC) palco Monstro
20:30 Black Drawing Chalks (GO) palco TramaVirtual
20:00 Guizado (SP) palco Monstro
19:30 Amp (PE) palco TramaVirtual
19:00 Mugo (GO) palco Monstro
18:40 Mersault e Maquina de Escrever (GO) palco TramaVirtual
18:10 Cicuta (GO) palco TramaVirtual


DOMINGO 23/11
00:20 Helmet (USA) palco Monstro
23:20 Inocentes (SP) palco Monstro
22:40 Periferia SA (SP) palco TramaVirtual
22:00 Claustrofobia (SP) palco Monstro
21:30 The Tormentos (ARG) palco TramaVirtual
21:00 Loop B (SP) palco Monstro
20:30 Mechanics (GO) palco TramaVirtual
20:00 The Ganjas (Chile) palco Monstro
19:30 Bang Bang Babies (GO) palco TramaVirtual
19:00 Motek (Bélgica) palco Monstro
18:30 Hillbilly Rawhide (PR) palco TramaVirtual
18:00 Heaven's Guardian (GO) palco Monstro
17:40 Goldfish Memories (GO) palco TramaVirtual
17:10 Figado Killer (GO) palco TramaVirtual

sábado, 8 de novembro de 2008

Chicas



O Quarteto Fantástico da Música



O grupo Chicas é formado por quatro amigas que
descobriram afinidades também na música. Isadora Medella, Paula Leal, e as irmãs Fernanda Gonzaga e Amora Pêra vêm encantando o público por onde passam com a mistura de ritmos e combinação de instrumentos.


Jovens artistas com a intenção de levar, através de interpretações e canções próprias, mensagens de amor, paz e alegria, provando que o velho (que na verdade nunca fica velho) e o novo podem se misturar sem perder a qualidade. Um passeio musical pelo samba, baião, pop e até rap dando à música popular características tão brasileiras assim como o nome escolhido para o grupo. Violão, zabumba, violino, flauta, triângulo, pandeiro e vários outros instrumentos se juntam entre vozes graves e agudas formando um som que prende a atenção tanto pelo ritmo como pela presença de palco das meninas, que tocam, cantam e encantam.

O fato de terem iniciado a carreira no teatro contribuiu para que elas adquirissem uma identidade única. Tudo começou em 1996 com a peça Fullanas, quando ganharam o prêmio RioArte de melhor produção musical, com uma canção composta por Paula Leal. Depois disso fizeram algumas apresentações e logo resolveram dar um tempo, afastando-se. Mas quando a paixão pela música fala mais alto não adianta fugir. Elas se reencontraram em 2003 no palco do Garden Hall, Rio de Janeiro, para vencerem o Festival Aroma do Campo de Música Brasileira, concorrendo com outras 2 720 bandas.

Quando a musicalidade está no sangue também não tem como fugir do destino de contribuir com a música de melhor qualidade. É o caso de Fernanda Gonzaga e Amora Pêra, que são filhas do inesquecível Gonzaguinha, netas do Rei do Baião, Luiz Gonzaga.

O grupo vem se apresentando não só no Rio, mas em outras cidades, conquistando sempre um grande número de público, que não resistem em levar o barulho delas para casa. O CD Quem Vai Comprar Nosso Barulho, lançado em 2008, traz canções de Gonzaguinha, como Geraldinos e Arquibaldos, Volte para o seu lar, de Arnaldo Antunes, Paciência, de Lenine e Ter que esperar, de Paula Leal.

E quem ganha com isso somos nós! Um barulho que vem agradando aos ouvidos e olhos de quem tem a oportunidade de assistir às Chicas.





domingo, 2 de novembro de 2008

Os extremos

O amor

Bastou você chegar para me completar
Eu que caminhava perdida, sem saber onde parar
Eu que sempre gostei de voar, me sentia um pássaro com asa ferida
Não conseguia saciar a minha fome, mesmo alimentando-me
Não conseguia sorrir, mesmo gargalhando
Era uma rosa sempre a despetalar
Bastou sua luz brilhar sobre mim para que eu ganhasse força
Seu sorriso me deixa mais leve nesse mundo tão pesado
Suas mãos me prendem ao seu corpo da maneira mais firme e delicada
Seus olhos me fazem acreditar no impossível
Seu beijo aquece o ar despertando desejos inexplicáveis
Bastou você me olhar para que eu não desejasse mais nada além de você
Bastou você sorrir para que eu me enchesse de esperança
Bastou você me tocar para que eu tivesse certeza que encontrei meu porto
Sua voz calma me deixa serena, aliviando-me das tensões
Sua cor alegra os meus olhos e aguça, sem extensão, o meu instinto
Você que foi guardado para mim
Nem imaginava que eu estava preparada para você
Quero ser somente sua sem precisar explicar para entender
No seu jeito simples me perder e me encontrar
Sermos crianças e velhos, e nunca mais nos sentir só
Subir e descer pelo o que a vida oferecer sem largar as mãos
Não quero saber se o tempo existe, pois agora é o meu tempo
Vou seguir colorida, cantando pelos caminhos mais floridos
Sentindo o cheiro que vem de você
O sabor que tem nós dois juntos
E, simplesmente, viver o bem que você me faz.




O desamor

Hoje corro pela estrada sem coragem de parar
Sinto dentro de mim uma força gritando por socorro
Tudo me dói, me pesa, me afunda
Não sei que sentimento é esse que nos deixa de pé
Mas sei que hoje me desfaleço lentamente
A lágrima secou por fora, mas por dentro me afogo
O silêncio se torna um caos ao meu redor
Sei que existe um infinito, mas bem longe de mim
Agora sou eu, perdida numa imensidão
Peito ferido, que não cicatriza
Já não sei mais diferenciar calor de frio
Tudo é pequeno e sem sentido
A não ser a dor dentro de mim que se dilata
Dane-se tudo e me deixe explodir ao meu jeito
Deixa meu silêncio calar a dor que sinto
A hora passar despercebida sem diferenciar noite de dia
Enquanto meu peito se petrifica
Qualquer melodia que se executa passa despercebida
Sem força, caminho pela estrada escura e sombria
Dor. Ah, dor!...
Queria eu ter a covardia para tirar-me o ar
Ou então, perder a memória e sentimentos
Viver por viver, sem amar, sem sofrer.

sábado, 18 de outubro de 2008

Sobre Saudade

Um dia perguntei a um amigo o que a gente costuma fazer quando estamos com saudades de alguém. Ele, então, me respondeu que não seria a melhor pessoa para me ajudar, pois sofre muito desse mal chamado saudade.

Lembrei-me de uma música de Tom Jobim e Newton Mendonça que diz "Quando existe alguém que tem saudade de alguém, e este outro alguém não entender...". Sendo assim, pensei que seria melhor, então, eu cortar o "mal" pela raiz. Mas horas depois, percebi que a saudade é uma praga, se alastra pelo corpo e todos os sentidos.

Um sentimento tão curioso, que apesar dos pesares também nos alegra, pois traz lembranças boas de momentos que vivemos ou pessoas que conhecemos.
A saudade é nostalgia, mas não é um mal. Pois se fosse mal, ninguém queria sentir saudade. E será que sentimos saudades por que queremos? Uma coisa eu sei! A gente sente saudade do que foi bom, o que não foi não dizemos que estamos com saudades. Mas, por que então dizemos e ouvimos dizer que estamos "morrendo de saudades"? Então a saudade mata? Então ela é um mal?!...

O músico Peninha diz em sua canção Sonhos, que saudade até que é bom, é melhor que caminhar sozinho. O que seria de nós, então, se a saudade não existisse? Digamos que a saudade seja um órgão dentro de nós que consegue carregar todos os momentos bons, todas as pessoas que gostamos e não temos por perto, todos os lugares pelo qual passamos e todas as emoções vividas.

Talvez seja essa a resposta... A saudade é um órgão, e portanto pode adoecer. Se for diagnosticado uma saudade devemos tratar, mas, para cada um o diagnóstico é diferente. Em alguns pode doer mais que em outros. Ela pode manter-se num quadro instável, pode ser curada, mas também pode matar, principalmente se não for tratada.

Cada pessoa encara sua dor de forma diferente. Já vi gente perdendo o controle, gente disfarçando como se não estivesse sentindo nada e gente que sabe conviver com essa dor. Mas, o fato é que, como a saudade é uma praga, você pode até curá-la, mas ela vai voltar, se não for por um motivo será por outro.

Lembrei-me até de um episódio que me ocorreu certa vez na adolescência, quando eu tinha um namorado. Não sei por que, mas gosto de escrever a palavra saudade, gosto dos contornos que a caneta faz. Eu estava querendo terminar esse namoro. Mas, não tinha motivos maiores, simplesmente não gostava mais dele. Certo dia, minha mãe pegou um papel do meu caderno que estava escrito muitas vezes a palavra saudade, e, claro já veio logo questionando de quem eu estava com saudades. Vai eu tentar explicar para uma mulher conservadora que não tinha nada a ver a saudade alí.

Mas depois disso, percebi que dizer que estava com saudades de alguém poderia ser frustrante, talvez. Hoje, acho que sou do tipo que não declaro saudade para qualquer pessoa. Continuo gostando da palavra saudade, e percebo que sei controlar-me bem, gostando até de senti-la, talvez mais do que acabar com ela.

Quem inventou a tristeza, poderia até, com fineza, desinventá-la. Mas, quem inventou a saudade talvez não soubesse o que ela pode causar.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Enxergando através da cegueira a latrina que o Mundo é

Super feliz a idéia do diretor brasileiro Fernando Meirelles e do roteirista canadense Don Mckellar, com o filme Ensaio sobre a Cegueira. O longa é uma adaptação ao romance do escritor português José Saramago. Mas, aqui não vou comparar livro e filme, até porque os dois têm seus prestígios. O livro rico em detalhes, e o filme imagens. E é exatamente isso que propõe o diretor, "sua visão do mundo nunca mais será a mesma".

Aqui vou tentar expressar minha visão diante de um filme que conta sobre uma cegueira contagiosa, que ficou conhecida como cegueira branca, se alastrando por uma cidade onde, até então, todos viviam uma vida "normal". Família, trabalho, casa, e, claro, o caos do cotidiano nos dias atuais na vida de cada ser humano, enquanto sua existência. A história já se inicia mostrando que o simples fato de você parar num semáforo e enxergar as cores verde, amarelo e vermelho pode se tornar uma das coisas mais desejáveis na vida de uma pessoa. De repente tudo muda. Já imagino que nascer cego é uma coisa, mas ficar cego depois é outra bem pior. Percebi isso quando um dos personagens já era cego. Ele parecia não sofrer quanto os outros, que se contagiaram com a doença. E, não considero o filme uma ofensa aos cegos, como criticou o presidente Marc Maurer da Associação de Cegos dos EUA, conforme publicado em um site, que considera "ofensivo e assustador, podendo minar os esforços de integrar os cegos à vida em comunidade". Não penso que seria essa a intenção do autor, mas de mostrar o mundo em que vivemos e muitas vezes tapamos os olhos para uma realidade cruel, inclusive diante de posturas das autoridades quando uma determinada situação se torna calamidade. E ainda, o fato de não valorizarmos certas coisas, como a vida que levamos e a saúde que temos.

Num determinado momento, homens, mulheres e até criança com diferentes classes sociais, raças, etnias, se encontram numa situação idêntica, desesperadora, que é perder um sentido tão importante quanto qualquer outro, a visão. E agora? Como será a vida diante de tantas impossibilidades? Como será viver em quarentena, que são os locais onde pessoas com doenças contagiosas ficam para se isolar de demais contatos físicos?
E o filme se passa ali. Num lugar abandonado pelo descaso de autoridades, sujo, cheio de lixo, em que cada um tenta manter seus princípios e conceitos. Mas, não uma imundície apenas pelo lixo, e sim, pela arrogância, falta de escrúpulos, egoísmo, vaidade, soberba, e muitos outros conceitos que os indivíduos criam e adquirem, muitas vezes até para se defender ou ao serem atraídos por diversas situações que o mundo impõe.

São cenas fortes, em que apenas uma mulher que não fica cega, mas talvez preferisse ter ficado também, há de optar pela frieza para poder suportar um lugar daquele. Separados por alas, nem mesmo a cegueira muda alguns comportamentos, mas para outros o efeito é certo. Você se submeter a sexo em troca de comida com uma pessoa que além de não conhecer, não está vendo. Ter que ignorar que alguma pessoa morreu, lutar pela sua própria sobrevivência, e, se for preciso, matar alguém. Todos esses comportamentos se tornam mais dolorosos por serem apenas sentidos pelo coração.

Ao conseguirem se libertar daquele lugar que alguém, desesperado, ateia fogo, eles só podem ouvir o silêncio da cidade e imaginar a ruína de uma sociedade. Não há carros funcionando, não há pessoas trabalhando, somente pessoas em busca da sobrevivência e, mesmo assim, com egoísmo e desamor. Outra cena marcante, que demonstra o quanto ainda somos primitivos, é a disputa por alimento. Até o cachorro, que é considerado o melhor amigo do homem, é traído pela sua penúria ao devorar um corpo humano. E assim se desfaz a idéia de civilização, pois a humanidade se perde por conta de coisas que a visão pode trazer, se esquecendo de sentimentos como amor, compaixão, lealdade, cumplicidade, respeito.

Talvez a luz branca seja isso, dizer que ainda há uma esperança. E a única mulher que enxerga conseguir despertar o desejo de que é possível se viver em harmonia. De que é possível dividir o pão, de sentir prazer nas coisas simples do dia a dia. E não apenas sentir a chuva caindo sobre a pele, mas enxergar a beleza das gotas caindo do céu lavando nossos olhos de impurezas, e humidificando as almas para não nos cegar de vez.








segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Projeto Palco 2008

O Projeto Palco inicia sua temporada 2008 no dia 30 de outubro às 20 horas na Praça Universitária. Os músicos Laércio Correntina, Valter Mustafé e as bandas Packto e Zilios serão as primeiras atrações do evento que se estende até novembro desse mesmo ano, totalizando, no mínimo, 14 apresentações de muitos outros artistas.
O principal objetivo do projeto é dar oportunidade e espaço para que os músicos goianos possam mostrar seu trabalho. Por ser realizado em lugares alternativos, como praças públicas, também leva à população a participar da vida cultural da cidade.

O Palco é um projeto que já aconteceu por diversas vezes na década de 90, quando foi inicialmente promovido pela ACRIM (Associação dos Criadores de Música do Estado de Goiás) e depois pelo Sindicato dos Músicos de Goiás e o projeto sempre buscou levar a música popular brasileira em sua mais variadas vertentes, para as praças de Goiânia, para assim dar oportunidade e acesso ao público em geral e principalmente o mais carente e sem condições de freqüentar Casas de Shows, Teatros e outros. As últimas edições do Projeto aconteceram em 2005 e teve a participações de dezesseis músicos, dentre eles: Fernando Perillo, TomChris, Laércio Correntina, Darwinson, Bel Maia, Cláudia Vieira, Juraíldes da Cruz, Valter Mustafé, Luiz de Moraes, Lara e Anthony, TonZêra, Larissa Moura, Henrique, Fausto Noleto.Em 2007 participaram do Projeto Palco os seguites músicos: Amauri Garcia, Luiz Augusto, Gilberto Correia, Charles D´Artagnan, Banda Sr. Blan Chu, Moka Nascimento, Fernando (Simplista), Milla Tuli, Fábio Pessoa, Banda Fusion, Emídio Queiroz e Ton Só e a Parafernália.

Uma realização da ASCCOM – Associação dos Cantores e Compositores do Estado de Goiás, com apoio institucional da Prefeitura Municipal de Goiânia – Lei Municipal de Incentivo à Cultura. Apoio: Pontão de Cultura República do Cerrado.




LAÉRCIO CORRENTINA
Entre as muitas vozes competentes da música popular feita em Goiás, Laércio Correntina é uma delas. Laércio que começou sua carreira pra valer em 1982, soube esperar a hora da fruta madurar para lançar seu primeiro disco. Artista consciente faz assim: "aguarda a calda do doce ficar no ponto para sair vendendo o doce". O primeiro disco Break Tupiniquim saiu em 1992, dez anos depois de muito trabalho, estudo, pesquisa e muita, mas muita observação. O segundo trabalho fonográfico, o CD "Eu Canto", pode ser incluído sem sombra de dúvida, dentre os melhores discos independentes produzidos em Goiás em 2001. Com alguns arranjos de Toninho Horta e do próprio Laércio, o trabalho é esteticamente perfeito, indo por interpretações líricas, como a de Ouro de Tolo, de Raul Seixas, passando pelas inéditas Bússola e As Estações do Amor, até a satírica Carro de Polícia e a poética Eu Canto, que dá nome ao disco. Em 2006, Laércio Correntina lançou seu terceiro trabalho fonográfico, de nome Esteta.

VALTER MUSTAFÉ
O músico e compositor Valter Mustafé começou nos festivais por volta de 1976, participando de eventos musicais em Goiânia, interior de Goiás e posteriormente em outros estados do Brasil. Participou dos Programas "Som Brasil", "Empório Brasileiro" , "Empório Brasil", na Rede Globo, SBT e Bandeirantes, na época apresentados por Rolando Boldrin e Lima Duarte, programas veiculados em rede nacional. Tem cadeira cativa no Programa regional "Frutos da Terra" de Hamilton Carneiro, TV Anhanguera. Tem um trabalho de composição vasto e variado com os principais letristas e poetas goianos, indo do pop-rock, passando pela música instrumental e chegando ao regional. Tem parcerias com Carlos Brandão, Nars Chaul, Luiz Augusto, Gilson Cavalcante, Tagore Biran, Sebastião Pinheiro, Lucas Faria e outros. Já foi gravado por grandes cantores e intérpretes da MPB-GO: Fernando Perillo, Maíra, Gilberto Correia, Maria Eugênia, Luiz Augusto, Du Oliveira, entre outros. Trabalhou também com teatro, tendo musicado várias peças para o o Grupo Terra de teatro amador, a saber: três peças adultas, quatro infantis, onde também trabalhou como ator.
Trabalhos já gravados: 1982 - Compacto simples da Festa do Compositor Goiano; 1986 - Participa do LP "Todo Canto" de Lucas Faria; 1988 - Compacto Duplo "Nossos Dias"; 1995 - Participação no CD "Canta Cerrado" com a música Ponto de Fuga; 1999 - CD "Livre Cantar"; 2001 - CD "Anticomercial" e 2004 CD "Blues". Valter Mustafé está em fase de finalização do CD “Musidesencadeandoosom” que deve ser lançado no final de outubro.


Banda PACKTO
Formada no inicio de 2003 vem fazendo apresentações pelo Estado de Goiás, participando de festivais e de Projetos da Prefeitura Municipal de Goiânia, como o Tendas Culturais, o CEDUCA, dentre outros eventos. Em 2004 no Festival do SESI, último em que participou ficou em segundo lugar em interpretação e entre as oito melhores no item composição. Além de músicas próprias faz couvers de Rock, Pop e MPB, de cantores e bandas já consagrados. Em maio de 2005 participaram do quadro Jornal Hoje (TV Anhanguera – Globo), apresentando algumas de suas composições. No mês de março de 2006 concluíram a produção de seu primeiro CD profissional (Ilusão) produzido por Guilherme Bicalho que já produziu cantoras como Nila Branco e Valéria Costa. A banda se apresenta em vários shows no Estado de Goiás para divulgação de seu CD. Suas músicas de trabalho estão sendo executadas em várias rádios da capital e do interior. Atualmente a banda se dedica a um Projeto chamado a Voz do Rock onde são relembrados diversos clássicos do Rock Roll como: Pink Floyd, Eric Clapton, Led Zepellin, Iron Maidern, Dr Sin, onde foram apresentados em eventos como Tatto Rock Fest, Rock in Sopa e outros festivais da capital. Já esta em fase de composição as músicas do próximo disco, que promete ser mais maduro e pesado.

Banda ZILIOS
Projeto vinculado ao trabalho da cantora e compositora Moni-k, que por sua vez coloca em ação este trabalho que vem se desenvolvendo desde de 2006 nos estúdios de ensaio onde o trabalho da banda foi ganhando proporção devido a união das composições da cantora e os novos arranjos, que homogeneizou o trabalho que é constituído de energia, personalidade, letra e claro muito rock roll com influencias do metal, de Rauzito. A banda faz uma fusão, misturando som pesado, com letras que fala do cotidiano ao universo surreal, a banda está terminando o repertorio do CD que está previsto para o inicio de 2009.

Formação: Moni-k (vocal), José Carlos (baixo), Léo (guitarra), Danilo (bateria)

JORGE VERCILO em Goiânia

O projeto MPB Petrobras traz para Goiânia o show de Jorge Vercilo. Dia 21 de outubro às 21 horas no Teatro Rio Vermelho.

Mais um super show desse super projeto, que traz o melhor da nossa música brasileira com ingressos a preços acessíveis e ainda abre espaço para nossos artistas goianos. Dessa vez, a abertura fica por conta da cantora Valéria Costa. A artista participou, em 2000, do concurso de Novos Talentos, do Domingão do Faustão, se classificando entre os finalistas. Valéria vem se destacando também fora do estado e também como compositora, tendo várias canções sendo gravadas por conterrâneos. Valéria Costa tem gravado os CDs Ponto de Partida e primeiro Ato e ainda o DVD Cada Movimento.






O menino de 17 anos estava treinando para ser jogador de futebol quando as músicas de Djavan desviaram seu destino. Aliás, Jorge Vercilo é sempre comparado com Djavan por ter um timbre de voz parecido
O músico carioca começou bem sua carreira quando aos 21 anos ganhou em primeiro lugar no Festival Internacional de Trovadores, no Caribe, com sua canção Alegre.
Depois desse destaque internacional, Jorge não parou mais. Em 1993 gravou seu primeiro CD, Encontro das Águas, que teve duas músicas como temas de novelas da Rede Globo de Televisão. O mesmo aconteceu em 1996 com o CD Em tudo que é Belo, com a música Raios da Manhã, na novela O fim do Mundo, e a música infinito amor, em A Indomada.

Vercilo se tornou revelação com suas músicas modernas, envolvendo, com inteligência, variados ritmos. Em 1997 foi indicado para o prêmio Sharp como melhor cantor pop.
Lançou seu terceiro disco, Leve, em 2000, que teve participação de Djavan na música Final Feliz. O quarto CD, Elo, veio logo em 2002, tendo destaque a música Que nem Maré. A música Monalisa foi sucesso do álbum Livre, que teve também um DVD. Signo de Ar, lançado em 2005, trouxe a música Ultra-Leve Amor. Além do ídolo Djavan, Jorge Vercilo traz na bagagem participações com Ivan Lins e Pepeu Gomes. Suas canções sempre trazem letras de um romântico sonhador, que mesmo com a modernidade do mundo, o amor reina no coração em busca de se viver esse amor.


Show de Jorge Vercilo - Abertura com Valéria Costa

Dia 21/10/2008 - às 21 horas
Local: Teatro Rio Vermelho
Ingressos: 20 reais inteira e 10, meia. À venda na bilheteria do Teatro e no Compre Ingressos do Shopping Bougainville.

Os desafinados também têm um coração...

Depois de meses criei coragem para vir aqui. Mas, antes de qualquer coisa, quero deixar claro que fico indignada com tudo que começa e não tem continuidade. Idéias, movimentos, projetos, e, claro este blog! Porém, não quero pedir desculpas aos meus leitores, pois acho que não as mereço.

Outras coisas que me deixam indignada é a Rádio RBC FM (90,1), que acaba com o horário de música brasileira das 17 às 18 horas (Hora Extra Nacional), mas o futebol continua. Deram início a um programa, nas noites de quarta-feira, só com samba, mas não durou muito tempo. A Rádio Companhia FM (91,9) também, nem se fala. Uma rádio culturalmente elevada, com muita música de qualidade, poesias, e foi vendida para se tornar uma rádio evangélica. Os bares de Goiânia, cada dia mais sem espaço para os nossos músicos se apresentarem e, nós, amantes da MPB sem poder sentar e apreciar uma boa música. Um exemplo recente é o Chopp 10, no setor Bueno, que acabou com a sexta-feira de MPB, e o forró, que levava um grande público nas quartas e domingo, passou para sexta e acabou no domingo, perdendo espaço para o pagode e axé. A situação para nós, goianienses, está difícil!...

Mas, agora, parando de reclamar, vou falar de coisas boas que, mesmo que em extinção, ainda existem. Duas coisas que amo e não vivo sem; música e cinema. Aliás, combinação perfeita!


Um dos motivos que me inspirou a voltar aqui foi presenciar na última quinta feira, 9, no bar Royal, um local privilegiado pela localização e com uma vista incrível, que é a do parque Vaca Brava, uma turma que já fez muito sucesso na década de 80, e que hoje eu ainda posso prestigiar. Cesinha Canêdo (voz e violão), Bororó (baixo) e Xará (bateria), com um repertório maravilhoso, cheio de bossa nova e alguns clássicos internacionais, como Beatles.

Sou suspeita para falar a respeito do que sinto quando tenho oportunidade de presenciar cenas como essa. Mas é uma viagem através do tempo, dos vividos e não vividos. Um desejo de estar presente em vários momentos e lugares desse nosso Brasil lindo, numa espécie de movimento cultural. E, principalmente, uma imensa vontade de viver.

Isso se deve também porque dias atrás assisti ao filme Os Desafinados, de Walter Lima Jr. Uma história com muita música e atores brilhantes, como Rodrigo Santoro, Claudia Abreu, Selton Mello, demonstrando o início de um gênero que até hoje não se define exatamente o que é, a Bossa Nova. Jovens estudantes, sonhadores, apaixonados pela música, que desejam fazer sucesso com o surgimento de um ritmo que dá total liberdade para criar e explorar os instrumentos.

Com seus 50 anos, a bossa ganhou diferentes batidas através de João Gilberto, mas teve precursores como Tom Jobim, Vinícius de Moraes, Roberto Menescal, Ronaldo Bôscole, Nara Leão, Sérgio Mendes, Carlos Lyra e muitos outros.
A Bossa chegou a ir para fora do Brasil quando, por volta de 1960, cantores como Lena Horne, Sammy Davis Jr. e o guitarrista Charlie Byrd estiveram aqui e, encantados com a mistura de samba, jazz, ao retornarem aos Estados Unidos dividiram a descoberta com amigos. Já em 1962, o Carnegie Hall, em Nova York, era palco da mistura de ritmos.

Hoje, a bossa nova continua influenciando muitos músicos, como é o caso de Pedro Sá, guitarrista da banca Cê, que aprendeu a tocar violão ouvindo as músicas de João Gilberto. Outros nomes como Paula Morelenbaum, Los Hermanos, Bebel Gilberto fazem dos arranjos e harmonias a mistura de um passado presente, continuando no futuro exemplo de amor, suavidade, delicadeza, ritmo contagiante, sofisticação estando à frente das músicas brasileiras.

E é isso que gostaria de deixar registrado, a importância de resgatar sempre esses ritmos ricos que encantam a qualquer ouvinte. Que mesmo com as dificuldades, nossos músicos não desistam de alegrar àqueles que sentem um prazer inenarrável ao fazer parte dessa história da música brasileira. Até porque nós precisamos de música e os músicos precisam de nós.

Aproveitando o espaço, quero convidar a todos para visitarem o bar Royal. Todas as quintas-feiras a partir das 22 horas, revezando entre a bossa e o samba. O bar fica localizado na Av. T-15 Nº 522 Galeria Brava Mall, Setor Bueno.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Hoje tem paulista no choro goiano

O flautista Leandro Porfírio é a atração desta sexta-feira, 25/07, no projeto Grande Hotel Revive o Choro a partir das 19 horas. O músico paulista se apresenta acompanhado dos goianos Nonato Mendes, Oscar Wilde, Gleyson e Henry Francisco.

O projeto, que vem conquistando um número significativo de público, é um dos responsáveis pela revitalização do centro da cidade. Cerca de mil pessoas passam pela calçada do Grande Hotel a cada apresentação, que é sempre gratuita. Organizado pela Prefeitura de Goiânia, por meio da Secretaria Municipal, os encontros são resultados da integração entre as políticas públicas culturais e a comunidade.

Leandro Porfírio foi admitido em 1994 no Curso Superior de Música da Escola Nacional de Música e Dança de Paris - França (communne de la Ville d'Avray), na classe de Flauta Transversal do Prof. Patrice Bocquillon, e Música de Câmara do Prof. Jacques Vandeville.
Em 1995 foi premiado com medalha vermelha e em 1996 com medalha de prata, até chegar à medalha de ouro e diploma de aperfeiçoamento, em 1998.

Foi professor em Bacharelado de Flauta Transversal e Música de Câmara da Universidade Estadual do Pará - Instituto Cultural Fundação Carlos Gomes e Universidade Estadual e Federal do Amazonas. Também participou do XIII Festival Internacional de Música do Pará, atuando como flautista. Atuou como solista na Missa em Si Menor de J. S. Bach, sob a direção do Maestro Arwed Henking. E ainda tem passagem por diversas orquestras, como Orquestra Sinfônica Internacional de Paris, Orquestra Sinfônica de Americana, Amazonas Filarmônica e outras.



Projeto Grande Hotel Revive o Choro com Leandro Porfírio
Data: 25 de julho de 2008 (sexta-feira)
Horário: 19 horas
Local: Grande Hotel – Av. Goiás, Esquina com Rua 3, Centro
Entrada franca

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Show de Mulher com KARINE SERRANO

Karine Serrano se apresenta nesta sexta-feira, 04/06, às sete da noite no Grande Hotel. O “Show de Mulher” traz canções com histórias de mulheres contadas por grandes nomes do choro e bossa nova, como Tom Jobim, Paulinho da Viola, Ary Barroso, Cartola, Chiquinha Gonzaga, Calado e Catulo, Pixinguinha, Jacob do Bandolin e outros.

São histórias de mulheres amadas ou não, vitoriosas ou traídas, sapecas ou ingênuas, carinhosas ou arredias, como em Garota de Ipanema, Para ver as meninas, As pastorinhas, Rosa. Segundo Karine, “cantar histórias e enaltecer cada uma dessas mulheres é, ao mesmo tempo, admitir que todas vivem dentro de um ser que merece cada homenagem e reconhecimento”, comenta a artista.

O show faz parte do projeto Grande Hotel Revive o Choro e traz participação especial do grupo Chorare, Toninho Roldão e Henry, Oscar Wilde, Nonato, marido de Karine, e também da filha Laura Olímpio, de apenas 6 anos.


Show de Mulher – Karine Serrano
Data: 04/06/2008
Horário: 19 horas
Local: Grande Hotel – Av. Goiás com Rua 3, Centro
Entrada Franca

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Elza Soares - Beba-me


Elza Soares canta pela primeira vez em Goiânia no dia 4 de julho, sexta-feira, às 21 horas no Teatro Rio Vermelho. No show “Beba-me”, a carioca solta sua voz rouca com canções que fizeram sucesso em mais de 40 anos de carreira. Entre elas estão “Meu Guri” e “Dura na Queda” de Chico Buarque, “Fadas”, de Luiz Melodia, “Estatuto da Gafieira”, de Billy Blanco.

Elza representou o Brasil na Copa do Mundo da FIFA em 1962 no Chile, fascinando todo o público com seu jeito “exagerado” de cantar. Em 2007 interpretou o Hino Nacional Brasileiro na cerimônia de abertura dos jogos Pan-americanos do Brasil no estádio do Maracanã, na cidade do Rio de Janeiro.

Na década de 70, a cantora esteve em turnê pelos Estados Unidos e Europa. Foi puxadora de samba-enredo das escolas de samba Salgueiro e Mocidade. Elza Soares foi casada com um dos maiores jogares de futebol da história brasileira, Manoel dos Santos (1933-1983), o Garrincha, campeão da copa do mundo em 1958 e 1962.


Elza Soares – Beba-me
Data: 04/07/08.
Horário: 21 horas
Local: Teatro Rio Vermelho
Ingressos: entre 40 e 120 reais
Informações: (62) 3219-3300

sábado, 28 de junho de 2008

Projeto Segunda Aberta com GILBERTO CORREIA


O músico goiano Gilberto Correia se apresenta nesta segunda-feira, 30, às 21h no Centro Municipal de Cultura Goiânia Ouro. A abertura é por conta de Charles D’artagnan, com participação especial de Emídio Queiroz.

O show faz parte do projeto Segunda Aberta que existe desde 1980 e, entre idas e vindas, está acontecendo desde 2007 no Goiânia Ouro. Uma oportunidade dos músicos experientes mostrarem seus trabalhos, assim como os iniciantes, já que a proposta do evento é dar espaço igual para todos.

Gilberto começou a tocar na noite em 1983, influenciado pelo irmão mais velho, que tocava em bandas de baile. Depois de aprender os primeiros acordes teve experiência em grupo de teatro e corais. Os festivais foi o impulso para o músico que, ao lado de Du Oliveira, ganhou a II Festa do Compositor Goiano, quando tiveram a primeira canção gravada em compacto simples, no ano de 1982.

Em 1988 lançou seu primeiro LP “Tô de Olho em Você”, fazendo sucesso com a regravação de Vida Cigana, música de Geraldo Espíndola. Escancarado é o nome do segundo LP, lançado em 1991, tendo a música Nós Dois, de Celso Adolfo, como destaque. Em 1993 reuniu vários hits da noite goianiense no LP “Nos Bares da Vida”.
No ano de 1998 lançou o primeiro CD, “Cidade Vazia”, com músicas já gravadas anteriormente e também inéditas. No mesmo ano se juntou aos músicos Luiz Augusto e Christiano Silva formando a Banda Evoeh.
Em 1999 participou do projeto Noites Goianas 2, dividindo o palco com Maíra, João Marcelo, Marco Antonnini, Claudia Vieira, Nila Branco e Odair José.
No “Acervo 12 anos” reuniu 20 canções dos seis discos gravados, sendo lançado em 2001.
O último disco solo veio em 2002, “Canto pra Dizer do Amor que em Minhas Veias Pulsa a Bem Mais de Cem” traz canções próprias e também dos músicos Valter Mustafé, Horton Macêdo, Carlos Brandão, Du Oliveira, Nilton Rabello, José Sebastião Pinheiro, entre outros.
Ao dividir o palco com Luiz Augusto, Amauri Garcia e Walter Carvalho em 2007, lançou o DVD “Acústico Projeto Vozes de Goiás”.

Além de cantor e compositor, Gilberto Correia é produtor musical, sócio proprietário da Ipê Produções, grande responsável pelas execuções de grandes projetos musicais, foi diretor de Políticas e Eventos Culturais da Secretaria Municipal de Cultura, coordenando eventos como o projeto Pixinguinha, 3º Grande Arraial, Terça Tem Canja, Goiânia em Cena, Mercado das Pulgas. Foi membro da Comissão de Projetos Culturais (CPC) da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de setembro de 2004 a fevereiro de 2005, idealizador e fundador da Associação dos Cantores e Compositores do Estado de Goiás (ASCCOM), onde exerceu a função de Presidente de 25 de junho de 2002 a 25 de junho de 2004. Em 2005 e 2007 coordenou o Projeto Palco. Em 2006 e 2007 participou do Projeto “Música na Escola” com diversas apresentações em escolas de 1°, 2° e 3° grau, cantou no VIII FICA, na cidade de Goiás, e no Canto da Primavera, na cidade de Pirenópolis. Em 2007 participou do Projeto CEDUCA da Secretaria Municipal de Educação. Como técnico de som gravou várias bandas e músicos solos de Goiás, dentre eles, Nilton Rabello, Luiz Augusto, Divino Arbués, Du Oliveira, Emídio Queiroz, Cristiano Silva, Charles D’Artagnan, Grupo Candeias, Charm, Piquinês e José Sebastião Pinheiro (Chave). Gravou e produziu diversos Cd’s do Grupo Candeias (Capoeira) sendo o mais recente em 2008 (Capoeiristas de Cristo), gravou também os CD’s do Contra-mestre Charm (2006 e 2007), Contra-mestre Pequinês (2007) e por último a gravação, mixagem e masterização do CD duplo Lugares – José Sebastião Pinheiro, ainda a ser lançado.
Para este ano ainda, promete gravar o seu 5º disco solo, já tendo algumas faixas iniciadas e repertório definido.
Gilberto é sempre bem lembrado pelos colegas por sua grande vontade e incentivo de dilvulgar a música feita em Goiás.


Segunda Aberta com Gilberto Correia
Data: 30 de junho de 2008
Horário: 21h
Local: Centro Municipal de Cultura Goiânia Ouro
Rua 3 com Rua 9 - Centro
Valor: R$5,00

Vida Cigana

Nós Dois

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Show Eles por Elas

Eles por Elas é o show que acontece nesta sexta-feira, 27, às 19 horas no Grande Hotel. As cantoras Bel Maia, Débora de Sá, Fé Menina, Larissa Moura, Maria Eugênia e Thais Guerino interpretam músicas de compositores goianos dos anos 70, baseadas no livro MPB em Goiás. Assim como o livro, o cd também foi idealizado por Luiz Chaffin e Reny Cruvinel, que participam do show com seus violões. O músico Edílson Morais, percussão, e Marcelo Maia, baixo, também foram convidados.

Lançamento do CD – Eles por Elas
Data: 27/06/2008 (sexta-feira)
Horário: 19h
Local: Grande Hotel – Av. Goiás c/ Rua 3, Centro
Entrada Franca

Grupo Fé Menina
Thais Guerino Marcelo Maia Edilson Morais

Bel Maia

Larissa Moura
Maria Eugenia Débora de Sá
Fotos gentilmente cedidas pela Ipê produções


O livro MPB em Goiás traz histórias de músicos que viveram na difícil época de se fazer música em Goiás, 1970, (não que hoje seja diferente) e mesmo assim, com a ajuda dos festivais da época, venceram. Muitos tiveram suas canções regravadas por nomes, como Fafá de Belém, que regravou a música Araguaia, de Rinaldo Barra. Beth Carvalho, que regravou Vaqueirada, uma parceria do baixista Bororó, Edmundo Souto e Ney Lopes. João Caetano teve várias composições como tema de novelas na Rede Globo, como Guardião, em Direito de Amar, Pedaços, em Fera Radical, Tá na Terra, Salvador da Pátria e ainda Meu Coração, na novela Pantanal da TV Manchete.

Além da trajetória de vida dos músicos, o livro ainda traz partituras de 37 músicas produzidas por Bororó, Fernando Perillo, Carlos Ribeiro, Lucas Faria, Juraídes da Cruz, Rinaldo Barra, Itamar Correia, Gustavo Veiga, Carlos Brandão, Braguinha Barroso, Marcelo Barra, Tibério Gaspar, Naire, Pádua, Genésio Tocantins, Hamilton Carneiro, Adalto Bento Leal, Wanda D’Almeida, Horton Macedo, João Caetano, Otávio Daher, Luiz Junqueira, Odilon Carlos, Walter Faria, Chaul, Valter Mustafé e Luiz Augusto.


Confira algumas histórias retiradas do livro MPB em Goiás - Compositores dos anos 70, de Reny Cruvinel e Luiz Chaffin...

O cenário estava preparado. Carlos Brandão, já no palco do Salão Paroquial da cidade de Iporá, Oeste Goiano, com o violão nas mãos, aguardava a entrada de Eduardo Jordão. Este faz aquela tradicional pergunta de quem não consegue segurar a ansiedade q que busca, sempre uma resposta positiva: Como está o público? Carlos, como é conhecido no meio, não economizou: Está cheio, disse. Foi a senha para que Jordão fizesse a sua entrada triunfal com ânimo dobrado. Ele entrou correndo, se esbaldando... Tinha umas 30 pessoas. Aí eu completei: Ta cheio de cadeira vazia, conta Brandão. Resultado: depois de muito xingatório e algumas canções interpretadas a contragosto, o show, que tinha previsão de 1 hora e 30, ganhou uma versão light de 35 minutos.

O fato aconteceu nos anos 70, uma época em que fazer música em Goiás era, acima de tudo, um grande desafio, com boa dose de sonho e paixão. Equipamento ruim e instrumentos sem qualidade eram apenas o princípio das dores. Gravar disco, algo muito distante. Mesmo assim, um grupo de compositores deu o tom a uma musicalidade que uniu diversas influências e abriu portas para os que vieram depois.

Também não são poucos os casos curiosos contados por quem já viveu o período. O mesmo Eduardo Jordão passou por outra experiência que conquistou seu lugar no folclore da MPB em Goiás. Segundo Carlos Brandão, o performático Jordão, certa vez, quase foi eletrocutado enquanto cantava. Ele encostou num fio desencapado e ficou tomando choque. Nós pensamos que era parte da performance, que estava ótima, por sinal. Até que ele caiu desmaiado. O público aplaudiu de pé, mas depois descobrimos o que estava acontecendo de verdade, conta Brandão.

As parcerias nasciam, quase sempre, de forma espontânea. Mas houve casos em que um empurrãozinho acabou sendo a medida mais apropriada. Isso aconteceu com Hamilton Carneiro e Genésio Tocantins na parceria de Frutos da Terra. Hamilton já atuava com publicidade e televisão quando sugeriu a Genésio que criasse um jingle, musicando um poema seu. Talvez sob a influência do cachê, que parecia certo, Genésio compôs a canção de um dia pro outro, respeitando o briefing ao pé da letra. Quando chegou com o jingle pronto, soube então que, na verdade, Hamilton ainda ia buscar um cliente para a peça. E isso nem chegou a acontecer, pois a música se encaixou perfeitamente como abertura do novo programa que Hamilton se preparava para apresentar: o Frutos da Terra. Acabou se tornando uma das canções mais divulgadas.

Fernando Perillo e Juraíldes da Cruz também têm suas histórias. Perillo conta que estava em casa certo dia quando sua mãe foi chamá-lo, dizendo que alguém o procurava. Chegou à porta e, em princípio, não viu a pessoa. Encontrei o Chaul detrás de uma árvore, quase morrendo de vergonha, conta Fernando. Ele queria propor uma parceria que, mais tarde, rendeu belas canções. Nasr Chaul reconhece que precisou vencer uma luta pessoal contra a timidez para dar o primeiro passo como compositor.
Para ter seu primeiro violão, Juraíldes da Cruz precisou fazer retoques. O instrumento, da marca Saema, estava com o fundo descolado. Não teve dúvidas: fez o conserto com cola Tenaz e deixou um butijão de gás em cima para secar. No outro dia, o violão ficou todo estufado. Mas cumpriu o seu papel. Foi com ele mesmo que Juraíldes aprendeu os primeiros acordes.

Fios desencapados, cadeiras vazias, violões descolados e outras dificuldades fizeram parte do dia-a-dia desses artistas. São histórias de vida que integram a própria história cultural do Estado de Goiás. Tudo superado com criatividade e um desejo louco de seguir o coração pulsando em ritmo musical.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

"Bossa Sempre Nova"

O Centro Cultural Banco do Brasil Itinerante traz para Goiânia nesta quarta-feira, 18, às 21h no Teatro Rio Vermelho, o show Bossa Sempre Nova. Músicos como Fernanda Takai, João Donato, Leny Andrade e Toquinho são os convidados que comemoram junto aos goianos os 200 anos do Banco do Brasil, um grande incentivador dos movimentos culturais brasileiros.

A vocalista da banda mineira Pato Fu, Fernanda Takai, canta músicas do disco que lançou recentemente, "Onde Brilham Os Olhos Seus", uma homenagem à Nara Leão (1942-1989), uma das grandes responsáveis pelo sucesso da bossa nova.

A carioca Leny Andrade apresenta clássicos que marcaram o Beco das Garrafas, em Copacabana, Rio de Janeiro, e os pocket shows, dirigidos pela dupla Miele e Bôscoli.
Leny Andrade começou a tocar piano aos seis anos de idade e logo fez sucesso em boates. Foi influenciada pelo jazz ao morar nos Estados Unidos, México e Europa. Ao lado de Pery Ribeiro, a dupla foi sucesso em 1960.

João Donato, que hoje reside no Rio de Janeiro, é pianista, acordeonista, arranjador, cantor e compositor. Um dos responsáveis por modernizar a bossa ao morar nos Estados Unidos e também ser influenciado pelo jazz. Alguns de seus sucessos serão relembrados, além de homenagens a outros compositores da bossa.

Toquinho, que esbanjou simpatia em seu último show em Goiânia (2007), não poderia faltar. Muito bem lembrado quando o assunto é bossa nova por suas grandes composições e também parcerias com os mestres Tom Jobim e Vinicius de Moraes, a quem presta homenagem no show. O músico ainda faz uma homenagem ao célebre Concerto do Carnegie Hall, apresentado em 1962 em Nova York, quando a Bossa Nova chegou ao exterior.


Bossa Sempre Nova - Centro Cultural Banco do Brasil Itinerante
Dia 18/06/2008 – quarta-feira - às 21 horas
Local: Teatro Rio Vermelho
Ingressos: Shopping Bougainville e Bilheteria do Teatro
Valor: R$15,00 (inteira) e R$7,50 (meia)

terça-feira, 10 de junho de 2008

ZECA BALEIRO em Goiânia


Zeca Baleiro faz show no próximo domingo, 15/06, às 20 horas no Teatro Rio Vermelho. “Assim se passaram dez anos” é o nome que ele mesmo batizou e garante ser bem diferente do que vinha fazendo até então. Um passeio por seus nove discos gravados e composições inéditas que poderão ser gravadas nos próximos discos, como canções de João Nogueira e Walter Franco.
Um show mais intimista, em que é possível maior interação entre o músico e o público.



Zeca Baleiro - Assim se passaram dez anos
Dia 15/06/2008 às 20h
Teatro Rio Vermelho
Ingressos: R$40,00 (inteira) R$20,00 (meia) na bilheteria do teatro e no Goiânia Shopping


Zeca Baleiro Tuco Marcondes

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Toda Pintura - Pitágoras

O artista plástico goiano Pitágoras apresenta até o dia 06 de julho Toda Pintura, na galeria Potrich Arte Contemporânea. Os curadores Gilmar Camilo e Celso Fioravante selecionaram 35 obras produzidas recentemente pelo artista que serão inéditas ao público goiano.
Pinturas em grandes e médios formatos que revelam a compulsividade com que Pitágoras tenta desvendar o interior dos seres humanos, os quais se disfarçam para enfrentar o cotidiano.



Mostra: Toda Pintura - Pitágoras
Data: 03 de junho a 06 de julho/2008.
Local: Galeria Potrich Arte Contemporânea
Rua 52 Nº. 689 – Jardim Goiás, Goiânia-GO
Entrada Franca

Pitágoras - A estética do desnudar - Por Oscar D’Ambrosio, jornalista e mestre em Artes Visuais pela Unesp, integra a Associação Internacional de Críticos de Artes (AICA-Seção Brasil).

Uma das mais importantes, talvez a principal, funções da arte é desvendar o interior dos seres humanos. O goiano Pitágoras desenvolve essa tarefa com agudeza ímpar. O modo como trabalha suas figuras representa justamente uma resposta estética ao mundo, marcada pela proximidade ao expressionismo.


Isso ocorre no sentido de mostrar as pessoas como elas realmente são em sua essência, não como poderiam ser em vã aparência ou como gostariam de ser em sua viagem egocêntrica megalomaníaca. O belo da poética de Pitágoras reside no discurso visual em que a figura ganha uma dimensão épica.


O que se vê são sombras, manchas, seres fantasmagóricos, marcados pelo uso de uma técnica que tem como maior característica instaurar microuniversos de desnudamento existencial. Se há referências a mestres como Siron Franco, Ismael Nery e Iberê Camargo, elas não estão naquilo que o artista constrói plasticamente.


O diálogo é realizado pelo observador na proximidade de atmosferas indagadoras sobre o papel de cada indivíduo. As deformações de Siron, o lirismo de Ismael e a densidade de Iberê são mais que meras referências. Constituem uma lista de companheiros de viagem.


O mundo se torna uma espécie de palco, no qual Pitágoras compõe suas marionetes, associadas a insetos e ambientes urbanos, em situações às vezes jocosas, sempre repletas de conteúdo crítico, numa espécie de texto visual, em que cada nova imagem funciona como um quadrinho da história do homem contemporâneo, imerso em profunda crise sobre o sentido da civilização que criou.


Seja no uso da cor ou na produção de trabalhos com grisalhas em que pretos, brancos e cinzas estabelecem ritmos próprios, Pitágoras torna suas mulheres e homens caricaturas da vida moderna. Há nelas certa agressividade, já que geram incômodo e uma morbidez mesclada com sensualidade.


Rostos e corpos mantêm o apelo do figurativo, mas progressivamente se diluem para sugerir que a convivência entre figuras e fundos está longe de ser cartesiana. É marcada pela tensão entre o manifesto e o sugerido, conflito do qual o observador sai renovado a cada obra do artista goiano que contempla.




quinta-feira, 24 de abril de 2008

Rumus Itaú Cultural em Goiânia

O organista e compositor carioca Felipe Radicetti e a dupla gaúcha Individuo apresentam-se em Goiânia nos dias 29 e 30 de abril. Eles foram selecionados na edição 2007-2009 do programa Rumos Música.

No dia 29, terça-feira às 14:30h, os músicos participam de encontro com o compositor e matemático Jônatas Manzolli e o professor Anselmo Guerra. No dia seguinte às 09:30h, os artistas Rumos fazem apresentações musicais.

Rumos Música em Goiânia
Dias 29 e 30 de abril
Escola de Música e Artes Cênicas da Universidade Federal de Goiânia (EMAC/UFG) - rodovia Goiânia-Nerópolis km 12 Campus Samambaia - Goiânia - GO.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Violão Sem Medo


O músico Arnaldo Freire promete um momento inesquecível nesta quarta, 23 de abril. O evento acontece no Centro Cultural Goiânia Ouro a partir das 20:00h.
Através de afinações diferentes dos seus sete violões, sons inesperados prometem agradar ao público presente.

Arnaldo Freire passou dez anos apresentando o espetáculo A Volta ao Mundo em Seis Cordas em festivais como FICA, Concertos em Série, Congresso pensar. Agora promete inovação e um espetáculo sedutor, começando pelo título sugestivo, pois o som agora vem de sete violões.


VIOLÃO SEM MEDO com Arnaldo Freire.

Dia 23/04 às 20h
Inteira: R$ 10,00
Centro Cultural Goiânia Ouro
Rua 3 esq. com 9, centro.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

ENVELOPES - Nu Escuro

A Companhia de teatro Nu Escuro apresenta a peça Envelopes nos dias 11,12 e 13 de abril no Centro Cultural Goiânia Ouro.
Envelopes é uma história com bonecos feitos de pano, gesso, madeira e machê. Um deles é Lopes, carteiro que no dia do seu aniversário de 40 anos tem que entregar uma carta a uma mulher chamada Maria Morena. O endereço de destino é o bairro onde ele nasceu. Ali o carteiro revive um passado junto a pessoas que o reconhecem. Cidadãos comuns que a vida proporciona encontros, desencontros, sonhos, delírios, realizações e frustrações.

A Cia vem pesquisando desde 2002 uma linguagem que interprete o corpo apenas como manipulador e encontrou nos bonecos essa nova dramaturgia. “Todas as cenas foram concebidas para bonecos, não existem atores ou atrizes”, afirma Izabela Nascente, diretora do espetáculo.


ENVELOPES – Companhia de teatro Nu Escuro
Dias 11, 12 e 13 de Abril
Sexta e domingo: ás 17h e 20h
Sábado: 20h
Centro Cultural Goiânia Ouro
Rua 3 esq. com Rua 9 Nº 1016 Galeria Ouro – Centro
Fones: 3524-2541 / 3524-2542
Ingressos: R$12,00 (inteira) e R$6,00 (meia)
Classificação etária: 10 anos




Veja também logo após o espetáculo: Exibição do filme: Sob a terra vermelha – Direção : Rô Cerqueira Roteiro inspirado no peça Envelopes!(Prêmio de Melhor Roteiro - Festcine)

sábado, 5 de abril de 2008

Reverbera: Aqui, Ali e em todo lugar - Pitágoras

O artista plástico goiano Pitágoras Lopes realiza mostra individual de 03 a 30 de abril no Museu de Arte de Goiânia. Reverbera: Aqui, Ali e em todo lugar traz 80 obras inéditas na cidade, entre desenhos, interferências sobre catálogos de moda e no próprio museu, produzidas entre 2004 e 2008.
O artista, que tem quase vinte anos de carreira, aperfeiçoa seus traços marcantes, com figuras de cores fortes que constituem um universo contemporâneo cheio de satisfações físicas, cheio de ditaduras que tornam as pessoas distantes de uma exultação plena. Com seu jeito compulsivo, Pitágoras consegue, através de várias técnicas, desvendar o interior humano que trava uma luta diária pela sobrevivência no mundo atual.
Outras obras do artista também podem ser encontradas nos salões do MAM do Rio, São Paulo e Bahia.
A mostra tem curadoria de Gilmar Camilo e Celso Fioravante.

Reverbera: Aqui, Ali e em todo lugar.
De 03 a 30 de abril de 2008.
Museu de Arte de Goiânia
Rua 1, Setor Oeste – Bosque dos Buritis
(62) 3524-1190 / 3524-1189
Horário: De segunda à sexta das 09:00 às 18:00h
Sábado e Domingo das 10:00 às 16:00h



terça-feira, 25 de março de 2008

Almira entre céu e mar

Em dias nublados, Almira prefere caminhar pela praia.
Seus olhos sempre evitam, mas mesmo assim ela não pára de olhar para o infinito.
O encontro de céu e mar mostra que tudo está tão próximo, por mais distante que pareça.
Mas o fato de olhar para longe e não ver um fim é o que a deixa intrigada.
Como de costume, senta-se num ponto que, condicionalmente, escolhe.
Ali ela espera, todos os dias, que alguém tenha a bondade de fazê-la acreditar o que seja esse mistério.
Muitos passam por ela e tentam adivinhar o que ela quer. Alguns até supõem, mas não a convencem.
Alguns tentam convencê-la com as histórias antes ouvidas, vividas, ou mesmo esperando viver. A menina ouve com paciência a cada explicação, mas seu coração não sente que é isso não.
Ali sentada, ela passa horas de confusão. E as nuvens insistem bater no mar...
Ela até encontra pessoas mais dúbias do que ela quando ouve dizer “está ali, é só você esticar o braço que você alcança”. Ou então, aqueles que dizem já terem chegado naquele fim, mas hoje não é mais possível.
Com os pés afundando na areia, segue a menina.
A cada passo dado, a água se aproxima e ela pode sentir seus pés mais pesados. Ela, então, continua sua caminha percebendo que a imensidão das águas só se faz aumentar.
Tem dias que ela espera a lua chegar. Quando desmedida, a faz esquecer um pouco do tamanho desse infinito.
Seus olhos por alguns segundos desviam-se do mar e a lua se faz brilhar.
Mas já é hora de Almira voltar...
E no seu caminhar seleciona partes do que quer juntar, para quando alcançar aquele infinito estar livre das hipocrisias e das insensibilidades humanas.
No fundo, Almira acredita chegar onde se encontra céu e mar, onde causa encontros de sol e lua... por mais impossível que pareça.



Pablo Picasso

Leonardo Da Vinci
Vicente Van Gogh
Claude Monet

segunda-feira, 17 de março de 2008

A Cidade Que Exala Cultura - Tágore Aryce

Sou um ser apaixonado pela arte, por isso saio de Goiás todos os anos e vou ao Rio de Janeiro em busca de enriquecimento cultural, vivendo a arte onde ela acontece em cada esquina e a todo o momento. Para quem busca cultura nostálgica ou mesmo contemporânea, não há lugar melhor que o Rio de Janeiro que, indubitavelmente, continua lindo.

Nos meados do século passado a Lapa foi um reduto onde se era possível tomar uns porres com grandes nomes do cenário musical, político e cultural. Hoje, o tradicional bairro da boemia carioca retoma seu tempo áureo com uma esplendorosa efervescência cultural, nos rendendo frutos com artistas jovens fazendo música da melhor qualidade, como Tereza Cristina que se apresenta acompanhada do Grupo Semente; o Grupo de Samba Sururu na Roda, reunião de estudantes universitários da Faculdade de Música da Uni-Rio; O grupo Casuarina, comandado por João Cavalcanti, filho de Lenine que embala a nova geração da Lapa com sambas antigos e atuais; Diogo Nogueira, filho de João Nogueira, que apresenta as músicas do pai e composições próprias com timbre parecido com o do velho Presidente do Clube do Samba.

Todos esses nomes fazem o samba tradicional (denominado por muitos, samba de raiz) e composições próprias. São apenas exemplos esparsos dos frutos colhidos por uma revitalização cultural no bairro, que acontece desde 2002, nos deixando a certeza de que temos uma turma fazendo arte com qualidade e nos tirando aquele estigma de que a atual geração nada produz.

Mas nem só dos jovens nomes vive a cultura da Lapa, eventualmente se apresentam Dona Ivone Lara, Monarco, Nelson Sargento e tantos outros nomes da velha guarda do samba. Enfim, de segunda a segunda a Lapa nos enche de alegria de viver e nos dá condições de navegar nas ondas da cultura, sendo hoje, patrimônio cultural do Brasil.

Caso amanheça no samba e ainda tenha pique, passe pela Confeitaria Colombo, no centro da cidade (pertinho da Lapa). A confeitaria é suntuosa, símbolo da Belle Époque. Construída no ano de 1894, também foi refúgio de grandes nomes da política e cultura no início do século passado. Ainda pelo centro, conheça o Bar Luiz, casa com 120 anos de tradição e que tem um chopp inigualável.

Ao sairmos do centro da cidade em direção à Zona Sul, é possível sentir um cheiro de nostalgia no ar. Pode-se caminhar horas pelo bairro de Ipanema sem perceber o quanto se andou e chegar até o número 107 da Rua Nascimento Silva, que fica entre a Lagoa Rodrigo de Freitas e a Praia. O endereço serviu de residência ao grande Maestro Tom Jobim e foi imortalizado na música “Carta ao Tom 74”.

Mais à frente da Nascimento Silva está a esquina composta pelas ruas Vinicius de Moraes e Prudente de Moraes, que é parada obrigatória. De um lado da rua está o Bar Garota de Ipanema, antigo Bar Veloso, onde se reuniam Vinicius, Tom, Miúcha, Nara Leão, Chico Buarque e tantos outros fenômenos da Música Brasileira. Dali, durante as dezenas de rodadas de chopp, saiam obras primas com versos que nos emocionam até hoje. Na parede há quadros com fotos dos antigos freqüentadores, além da cópia original da partitura da música que dá nome ao bar. A Picanha Brasileira é o prato principal da casa e é realmente uma iguaria.

Do outro lado da rua está o Bar Vinicius que, de quinta-feira a domingo, tem ninguém menos que Maria Creuza, intérprete preferida de Vinícius de Moraes. A apresentação ocorre no andar superior da casa, ambiente aconchegante que dá um ar de intimidade com a cantora que, durante o show, nos conta momentos vividos ao lado do poetinha camarada, nos remetendo àquela época fascinante vivida no bairro.
Faço minhas as palavras de Maria Creuza que em suas apresentações diz que aquela é “a esquina mais musical do mundo.”

Na cidade do Rio de Janeiro é possível assistir a shows todos os dias. Portanto, observe o caderno cultural dos jornais e à noite presencie excelentes apresentações em casas maravilhosas como o
Mistura Fina, Teatro Rival, Centro Cultural Carioca, Carioca da Gema, Canecão, Fundição Progresso, Vivo Rio, Morro da Urca, entre tantas outras. A bem da verdade, para se fazer um roteiro completo sobre as opções culturais é preciso escrever um livro, tamanha a quantidade de bares, restaurantes, casas de shows e eventos.

O Rio de Janeiro encanta aos olhos e enriquece a alma, afinal, além de tamanha magnitude cultural, há ainda a beleza natural inigualável. Portanto, vá ao Rio de Janeiro e se delicie com o ar cultural que a cidade exala. É um passeio inesquecível!


Ivone Lara
Maria Creuza

Tereza Cristina